São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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ONU acha 115 corpos na Costa do Marfim

Vítimas foram encontradas na parte ocidental do país; muitas delas têm sinais de terem sido queimadas vivas

Os suspeitos são forças leais ao oposicionista Alassane Ouattara, presidente reconhecido pelas Nações Unidas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Trabalhadores da ONU anunciaram ontem ter encontrado 115 corpos na parte ocidental da Costa do Marfim. As vítimas foram mortas de forma brutal. Algumas foram queimadas vivas.
Segundo o escritório da ONU na Suíça, a descoberta ocorreu nas últimas 24 horas.
A suspeita é que o massacre tenha sido obra das forças de Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como vencedor da eleição presidencial no ano passado.
O país africano vive crise política. O presidente Laurent Gbagbo se recusa a entregar o cargo a Ouattara.
Ele está isolado em um bunker em sua residência oficial, em Abidjã, protegido por cerca de 200 soldados bem armados.
Os soldados de Ouattara são rebeldes do norte do país e mercenários. Há mais de uma semana, Ouattara decidiu usar a força para afastar Gbagbo.
Para isso, iniciou uma campanha militar para dominar as principais cidades do país, por onde é exportado cacau, até chegar a Abidjã.
Essa é uma das razões de as Nações Unidas cogitarem que suas tropas sejam responsáveis pela ação.
A situação em Abidjã, a capital financeira marfinense, segundo a ONU, é "deplorável", com corpos nas ruas, falta de alimentos e bairros sem água e eletricidade.
O porta-voz da agência de Direitos Humanos da ONU, Ruper Colville, disse que alguns dos assassinatos parecem ter sido cometidos por mercenários da Libéria, outro motivo para se acreditar em Ouattara como autor.

SANÇÕES
A Comissão Europeia, ainda ontem, disse que trabalha para suspender sanções econômicas, como as aplicadas contra os importantes portos de Abidjã e San Pedro.
Tal medida possibilitaria que o país voltasse a exportar cacau, atividade econômica suspensa desde fevereiro.
"Estamos trabalhando em contato com as autoridades de Ouattara e esperamos aliviar as sanções rapidamente", disse o porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia, Michael Mann.
O governo francês, por meio do ministério de Relações Exteriores, disse que a "era Gbagbo está encerrada". Um porta-voz do mesmo ministério disse que o titular da pasta, Alain Juppé, conversou ontem com Ouattara.
A residência do embaixador da França na Costa do Marfim foi alvejada. Em comunicado, a embaixada disse que o ataque foi perpetrado por forças de Gbagbo.


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