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FIM DO NAZISMO
Cerimônias ocorrem em várias capitais e em campo de concentração; comemorações seguem hoje em Moscou
Europa celebra 60 anos da derrota nazista
DA REDAÇÃO
Sessenta anos depois do fim da
mais devastadora guerra na Europa, ocorreram ontem várias comemorações em todo o continente para marcar o aniversário da
derrota da Alemanha nazista.
Líderes mundiais e veteranos da
Segunda Guerra Mundial lembraram a perda de cerca de 50 milhões de vidas durante o conflito
de 1939-45 em cerimônias em várias capitais européias e num
campo de concentração nazista.
As celebrações continuam hoje
em Moscou (leia texto à pág. A-9).
O presidente George W. Bush
esteve ontem num cemitério na
Holanda, onde prestou homenagem a norte-americanos mortos
em combate. De lá, seguiu para
Moscou, onde encontrou-se com
o presidente Vladimir Putin. Ambos jantaram juntos na casa de
campo do líder russo.
"Neste dia, celebramos a vitória
que eles venceram e nos comprometemos mais uma vez com a
grande verdade que eles defenderam: a liberdade é um direito inalienável de toda a humanidade",
disse o presidente norte-americano Margraten, o terceiro maior
cemitério da Europa para norte-americanos mortos na 2ª Guerra.
Bush também traçou um paralelo entre o combate ao nazismo e
a guerra contra o terrorismo.
"Americanos e europeus continuam a trabalhar juntos e a trazer
liberdade e esperança a lugares
em que elas vêm sendo negadas
há muito tempo. No Afeganistão,
no Iraque, no Líbano e em todo o
Oriente Médio", disse o presidente. Ao lado de Bush estava a rainha Beatrix, da Holanda.
Em Londres, o príncipe Charles,
vestindo uniforme naval, depositou uma coroa de flores num monumento aos mortos nas duas
guerras mundiais. O presidente
da França, Jacques Chirac, e o
chanceler alemão, Gerhard
Schröder, também participaram
de cerimônias em seus países.
Milhares de pessoas, incluindo
o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, viajaram a um
campo de concentração na Áustria para celebrar os 60 anos de
sua libertação.
Em Berlim, Schröder e o presidente da Alemanha, Horst Köhler, participaram de um serviço
religioso e de uma cerimônia
diante do memorial às vítimas do
nazismo e da guerra. A maioria
dos alemães considera que a derrota de Hitler os liberou dos horrores do nazismo.
Cerca de 3.300 militantes do
Partido Democrático Nacional
(NPD), de extrema direita, porém, tentaram fazer uma passeata
contra o que chamaram de "cultura da culpa", que lhes teria sido
imposta pelas potências vencedoras. Foram impedidos por cerca
de 6.000 simpatizantes de partidos de esquerda, que organizaram uma contramanifestação.
Para evitar um conflito, a polícia
cancelou a marcha e manteve os
militantes do NPD, que vestiam
roupas negras e tinham suas cabeças raspadas, numa área isolada da Alexanderplatz. Foram presos oito de cada lado. O nazismo é
proibido por lei na Alemanha,
mas os membros do NPD ficam
um pouco aquém de declarar-se
abertamente nazistas.
Em Londres, veteranos e centenas de espectadores viram o príncipe Charles depositar uma coroa
de papoulas vermelho-sangue no
cenotáfio que honra os cerca de
260 mil britânicos que morreram
combatendo o nazismo.
Em Paris, Chirac reacendeu a
pira da tumba do soldado desconhecido, no Arco do Triunfo. Participaram da cerimônia soldados
de vários países que ajudaram a
derrotar as forças de Adolf Hitler.
Jatos militares voaram sobre a
avenida Champs-Elysées, deixando um rastro de fumaça azul,
branca e vermelha, as cores nacionais da França.
No antigo campo de concentração de Mauthausen, na Áustria,
uma cerimônia homenageou os
cerca de 100 mil prisioneiros que
ali foram mortos pelos nazistas.
Mauthausen era o último grande
campo de concentração ainda em
operação quando foi liberado por
tropas norte-americanas no início
de maio de 1945.
Cerca de 6.000 das vítimas do
campo eram espanhóis, inimigos
do líder fascista espanhol, general
Francisco Franco. Zapatero foi ao
campo para render-lhes homenagens. "Como premiê do governo
democrático da Espanha, quero
homenagear, relembrar e expressar minha admiração por todos os
espanhóis que sofreram neste
campo de concentração em sua
luta por liberdade e dignidade",
disse Zapatero.
Com agências internacionais
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