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Prestadoras de serviço vinham atrasando salários, dizem funcionários governistas
DO ENVIADO A LAGUNILLAS
Há 35 anos como funcionário
da empresa Lisa, o capitão de
rebocador Manuel Salazar, 58,
disse que não tinha nenhuma
reclamação do seu empregador
até seis meses atrás. Foi nessa
época que começaram os atrasos no pagamento dos salários,
realizado semanalmente.
Salazar e funcionários de outras empresas prestadoras de
serviço ouvidos pela Folha ontem tiveram a mesma explicação dos empregadores: a estatal PDVSA não estava pagando
suas dívidas, em alguns casos
com atrasos de até oito meses.
Filiado ao PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela),
Salazar foi um das dezenas de
funcionários de prestadoras de
serviço que compareceram à
beira do poluído e fétido lago
Maracaibo a participar da cerimônia comandada por Chávez.
"Agora esperaremos para ver
a atitude do governo", disse ele,
que enfatizou não estar preocupado com a sua aposentadoria, daqui a dois anos.
Há mais de três décadas no
mercado, a Lisa tinha cerca de
300 funcionários e era propriedade de um empresário americano radicado na Venezuela. A
sua frota nacionalizada inclui
13 rebocadores e 12 lanchas.
Em linha semelhante, o mergulhador Nerwin Hernandez,
25, declarou que não recebe há
21 dias o seu salário, de R$
1.400 por semana. Também filiado ao PSUV, disse apoiar a
nacionalização porque os funcionários da estatal petroleira
têm mais benefícios e porque
"não está de acordo em trabalhar para o capitalismo".
Segundo o presidente da Câmara Petroleira de Zulia, Erwin Lingg, todos os problemas
de atraso de salário estão ligados à falta de pagamento. "Todas as empresas da câmara estão solventes no Ministério do
Trabalho, sinal de que cumprimos a lei", afirmou ele.
Por outro lado, os próximos
meses não serão fáceis para os
milhares de funcionários da
PDVSA: recentemente, Chávez
anunciou que não haverá aumento em 2009, apesar da inflação de 30,9% em 2008. "Sim,
estamos um pouco irritados
com o anúncio", admite a analista Paula Sanchez, filiada ao
PSUV. "Mas temos sentimentos socialistas, e esperamos que
cumpram o prometido."
(FM)
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