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Para analista, "herança maldita" alavanca aprovação a argentino
DA REPORTAGEM LOCAL
A popularidade do presidente Néstor Kirchner, mais de
três anos depois de tomar posse, permanece com índices invejáveis a qualquer líder no
mundo. Pesquisa feita no último dia 23 de junho aponta que
o mandatário argentino atinge
66,2% de classificação "boa" ou
"muito boa".
Kirchner mostra que sua
imagem está descolada da avaliação dos argentinos sobre o
momento do país de modo geral e sua situação econômica.
De acordo com enquete realizada pela consultora OPSM-Zuleta com 1.100 entrevistados
em 65 cidades da Argentina,
40,3% da população enxerga o
país em um bom momento e
34% fazem uma avaliação positiva da política econômica argentina -ambos os números tiveram queda em relação a períodos anteriores.
"Na Argentina existe a idéia
de que Kirchner forma parte da
solução e não é um dos responsáveis pelos problemas, ou seja,
as pessoas acreditam que há
uma pesada herança que a década de 90 legou", afirma à Folha Enrique Zuleta Puceiro, diretor do instituto.
De acordo com Zuleta, outra
razão para a manutenção de
sua popularidade é a percepção
entre os argentinos de que não
há uma alternativa clara a
Kirchner, materializada em
um nome e imagem fortes.
"As pessoas têm resistência a
exercer juízos de valor negativos, porque há a impressão de
que, sem uma alternativa, elas
criticam por criticar quem está
no poder e acabam desbaratando uma oportunidade."
Zuleta ressalta que, para fazer frente a Kirchner, a oposição, cujo nome mais forte é o
ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, precisará se
reorganizar e ao mesmo tempo
não colar sua imagem a personagens já conhecidos da política argentina.
(SOS)
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