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MULTIMÍDIA
Jornal reprova tom de Uribe em sua posse
DA REDAÇÃO
Em editorial publicado ontem,
o jornal "El Tiempo" disse que os
eleitores de Uribe deveriam estar
surpresos com o tom do discurso
de posse do novo presidente enquanto bombas explodiam perto
do palácio de Nariño.
"Enquanto o símbolo da mão
dura enfatizava a mediação da
ONU na busca de um diálogo útil,
a guerrilha o recebia com um batismo de fogo", escreveu o principal diário colombiano, que qualificou a fala como "mais formal
que substancial".
"O novo presidente vai se chocar contra uma dura realidade se
quiser minimizar o problema da
guerrilha, baixar as expectativas,
ou desconhecer que 97% dos colombianos esperam que combater a insegurança seja sua prioridade", afirmou o jornal.
Já os jornais "The New York Times" e "El País" (Espanha) publicaram editoriais nos quais defenderam que Uribe cumpra sua
promessa de combater os grupos
armados com autoridade e firmeza, mas sem desrespeitar os procedimentos democráticos.
"O novo presidente (...) enfrenta enormes desafios, mas nenhum
tão grande quanto o de resistir à
tentação de guerrear por meios
ilegais e autocráticos", afirmou o
jornal americano.
Para o "El País", Uribe "deve tomar muito cuidado para não pretender dar maior segurança à custa dos direitos elementares".
Para ambos os jornais, Uribe
precisa combater os grupos paramilitares de direita com a mesma
ênfase com que prometeu lutar
contra as guerrilhas de esquerda.
"Uribe, que quando governador
(de Antioquia) criou milícias que
desenvolveram laços com os violentos paramilitares de direita,
precisa quebrar as ligações desses
grupos com o Exército e desmantelá-los", disse o "NYT".
"Vale dizer que idêntica energia
deve ser empregada em combater
a guerrilha e os paramilitares de
direita", afirmou o diário espanhol. Por fim, o "El País" ressaltou
que, por mais soldados que sejam
convocados para combater os rebeldes, "o conflito colombiano só
terminará em uma mesa de negociação".
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