São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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MULTIMÍDIA

Jornal reprova tom de Uribe em sua posse

DA REDAÇÃO

Em editorial publicado ontem, o jornal "El Tiempo" disse que os eleitores de Uribe deveriam estar surpresos com o tom do discurso de posse do novo presidente enquanto bombas explodiam perto do palácio de Nariño.
"Enquanto o símbolo da mão dura enfatizava a mediação da ONU na busca de um diálogo útil, a guerrilha o recebia com um batismo de fogo", escreveu o principal diário colombiano, que qualificou a fala como "mais formal que substancial".
"O novo presidente vai se chocar contra uma dura realidade se quiser minimizar o problema da guerrilha, baixar as expectativas, ou desconhecer que 97% dos colombianos esperam que combater a insegurança seja sua prioridade", afirmou o jornal.
Já os jornais "The New York Times" e "El País" (Espanha) publicaram editoriais nos quais defenderam que Uribe cumpra sua promessa de combater os grupos armados com autoridade e firmeza, mas sem desrespeitar os procedimentos democráticos.
"O novo presidente (...) enfrenta enormes desafios, mas nenhum tão grande quanto o de resistir à tentação de guerrear por meios ilegais e autocráticos", afirmou o jornal americano.
Para o "El País", Uribe "deve tomar muito cuidado para não pretender dar maior segurança à custa dos direitos elementares".
Para ambos os jornais, Uribe precisa combater os grupos paramilitares de direita com a mesma ênfase com que prometeu lutar contra as guerrilhas de esquerda.
"Uribe, que quando governador (de Antioquia) criou milícias que desenvolveram laços com os violentos paramilitares de direita, precisa quebrar as ligações desses grupos com o Exército e desmantelá-los", disse o "NYT".
"Vale dizer que idêntica energia deve ser empregada em combater a guerrilha e os paramilitares de direita", afirmou o diário espanhol. Por fim, o "El País" ressaltou que, por mais soldados que sejam convocados para combater os rebeldes, "o conflito colombiano só terminará em uma mesa de negociação".



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