São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Foi a 1ª reunião desde que Bush descartou o líder palestino, em junho

Enviados de Arafat encontram Powell

DA REDAÇÃO

Integrantes da administração palestina e autoridades de alto escalão do governo americano se reuniram ontem pela primeira vez desde que o presidente dos EUA, George W. Bush, descartou o líder da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, como parceiro em negociações.
Uma comitiva de ministros palestinos, liderados por Saeb Erekat, principal negociador da ANP, se encontraram com o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, e com a assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, em Washington. Erekat é uma das pessoas mais próximas a Arafat, e todos os ministros que estiveram presentes à reunião foram escolhidos pelo presidente da ANP.
Powell disse, após se reunir com os palestinos, que os EUA devem alterar o foco da sua política para o Oriente Médio, incentivando palestinos e israelenses a aumentarem a segurança na região.

"Gangue de assassinos"
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse ontem que os israelenses não podem negociar um acordo de paz "com a gangue de assassinos e terroristas que é a ANP; descartá-los é única saída para conseguirmos a paz".
Segundo Sharon, Israel não está em guerra contra a população palestina. O alvo israelense, afirma, é "apenas aqueles que estiverem envolvidos com atividades terroristas; os demais receberão toda a ajuda possível de Israel".
O premiê acrescentou que acredita que os palestinos não envolvidos com o terrorismo "desejem a paz" tanto quanto os israelenses.
Os palestinos aceitaram anteontem uma proposta israelense para a retirada gradual de territórios reocupados na faixa de Gaza e na Cisjordânia. Israel está disposto a sair inicialmente da faixa de Gaza. Em troca, exige que a ANP impeça a atividade dos grupos extremistas na região.
Amanhã, o diretor da CIA (serviço de inteligência dos EUA), George Tenet, irá se encontrar com ministros palestinos para elaborar um plano de segurança na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Ontem, Israel demoliu mais quatro casas de militantes palestinos suspeitos de envolvimento com terrorismo em diferentes cidades da Cisjordânia. Em resposta a uma ação israelense na faixa de Gaza, centenas de crianças palestinas atiraram pedras em tanques de Israel. Disparos israelenses acabaram matando um adolescente. O Exército afirma que os soldados corriam risco de morte.



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