São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

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Embaixador da Venezuela volta a Bogotá

DA REDAÇÃO

Onze dias depois de anunciar o "congelamento" das relações de seu país com a Colômbia, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decidiu enviar de volta a Bogotá o embaixador venezuelano na madrugada de ontem.
Chávez havia retirado o representante diplomático e ameaçado a Colômbia com retaliações comerciais em 28 de julho em protesto contra as negociações entre Bogotá e Washington para permitir aos EUA o uso de até sete bases militares no país.
Não houve mudanças nos planos da Colômbia, mas Chávez anunciou que agora fará uma aposta pela "paz" logo após reunir-se na capital venezuelana com o grupo Colombianos pela Paz, liderado por sua aliada e senadora colombiana de oposição a Uribe, Piedad Córdoba.
A organização prega diálogo político entre governo e guerrilha para trocar sequestrados pelas Farc por guerrilheiros presos, opção que Bogotá descarta enquanto os acusa de dar fôlego à guerrilha.
O venezuelano e a senadora Piedad voltaram a pedir que uma solução política para o conflito colombiano. A visita da senadora ocorre um dia depois de Chávez receber o ex-presidente Ernesto Samper (1994-1998), também de oposição a Uribe, para discutir a relação bilateral.
"Vamos "desuribizar" o diálogo com a Colômbia", propôs Chávez, chamando também para encontros prefeitos das cidades colombianas da fronteira.
Em nota, Uribe reagiu advertindo que, de acordo com a Constituição, só o presidente pode coordenar a política externa.
Chávez -impopular na Colômbia do popular Uribe- atrai a oposição do país num momento em que o acordo militar negociado com os EUA se transformou num tema das eleições presidenciais em 2010. Os opositores cobram mais transparência e criticam a opção exclusivamente militar para resolver o conflito.
Ontem, não ficou claro se restrições comerciais à Colômbia anunciadas por Chávez -como a suspensão de um acordo de importação de 10 mil carros colombianos- também ficaram sem efeito.
"Vou fazer o humanamente possível para evitar a confrontação", disse o venezuelano que pregou a criação das "bases da paz" dias depois de anunciar que compraria tanques russos em resposta ao acordo do vizinho com Washington.

Com agências internacionais



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