São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2010

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Cresce morte de civis no Afeganistão

Medido nos sete primeiros meses do ano, aumento de 6% é considerado modesto, já que conflito se acirrou

Taleban e aliados são responsáveis por 68% das 1.325 mortes, segundo comissão de direitos humanos afegã

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As mortes de civis em operações militares no Afeganistão nos primeiros sete meses de 2010 cresceram 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados, divulgados ontem, são da Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos.
O aumento, considerado modesto dada a intensificação dos conflitos militares nos últimos meses, parece indicar que os esforços da Otan (aliança militar ocidental) para reduzir o número de vítimas civis está surtindo algum efeito. Mas a morte de civis -e a consequente redução do apoio popular à guerra- é fonte de constante tensão entre EUA e Afeganistão.
Segundo a comissão, o Taleban e seus aliados foram responsáveis por 68% das 1.325 mortes de civis. A Otan e o governo afegão, por sua vez, causaram 23% das mortes. As 9% restantes não puderam ser investigadas por terem ocorrido em áreas muito perigosas, diz a comissão.
Nos últimos meses, a Otan ampliou as ações no sul do país, bastião do Taleban, levando ao aumento nas mortes entre as forças aliadas.
Em julho, houve um recorde de 66 militares americanos mortos, ante 44 no mesmo mês do ano passado. Neste mês, seis soldados americanos já morreram.
O chefe do Exército americano no país, David Petraeus, tem restringido o uso de armas pesadas e de artilharia aérea. As medidas evitaram baixas civis, mas são criticadas por militares, que se dizem mais expostos.

MATANÇA
Ainda assim, as matanças de civis continuam. Três afegãos morreram em ataques insurgentes no sábado, assim como três americanos e dois dinamarqueses que prestavam serviços à Otan.
Bombas de insurgentes responderam por 425 mortes de civis, das quais 200 ocorreram em junho e julho.
Ontem, os corpos dos dez membros de uma equipe médica (seis americanos, dois afegãos, uma britânica e uma alemã) atacada na semana passada pelo Taleban foram transportados de avião a Cabul. Eles foram assassinados no norte do país, durante missão humanitária.
O Taleban os acusou de promover atividades missionárias e de espionar para os EUA. A ONG a que pertencia a equipe médica nega.
"Estamos com o coração partido pela perda dessas pessoas heroicas e generosas", disse a secretária de Estado Hillary Clinton.



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