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Cresce morte de civis no Afeganistão
Medido nos sete primeiros meses do ano, aumento de 6% é considerado modesto, já que conflito se acirrou
Taleban e aliados são responsáveis por 68% das 1.325 mortes, segundo comissão de direitos humanos afegã
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As mortes de civis em operações militares no Afeganistão nos primeiros sete meses
de 2010 cresceram 6% em relação ao mesmo período do
ano passado. Os dados, divulgados ontem, são da Comissão Afegã Independente
de Direitos Humanos.
O aumento, considerado
modesto dada a intensificação dos conflitos militares
nos últimos meses, parece
indicar que os esforços da
Otan (aliança militar ocidental) para reduzir o número de
vítimas civis está surtindo algum efeito. Mas a morte de civis -e a consequente redução do apoio popular à guerra- é fonte de constante tensão entre EUA e Afeganistão.
Segundo a comissão, o Taleban e seus aliados foram
responsáveis por 68% das
1.325 mortes de civis. A Otan
e o governo afegão, por sua
vez, causaram 23% das mortes. As 9% restantes não puderam ser investigadas por
terem ocorrido em áreas muito perigosas, diz a comissão.
Nos últimos meses, a Otan
ampliou as ações no sul do
país, bastião do Taleban, levando ao aumento nas mortes entre as forças aliadas.
Em julho, houve um recorde de 66 militares americanos mortos, ante 44 no mesmo mês do ano passado. Neste mês, seis soldados americanos já morreram.
O chefe do Exército americano no país, David Petraeus, tem restringido o uso
de armas pesadas e de artilharia aérea. As medidas evitaram baixas civis, mas são
criticadas por militares, que
se dizem mais expostos.
MATANÇA
Ainda assim, as matanças
de civis continuam. Três afegãos morreram em ataques
insurgentes no sábado, assim como três americanos e
dois dinamarqueses que
prestavam serviços à Otan.
Bombas de insurgentes
responderam por 425 mortes
de civis, das quais 200 ocorreram em junho e julho.
Ontem, os corpos dos dez
membros de uma equipe médica (seis americanos, dois
afegãos, uma britânica e
uma alemã) atacada na semana passada pelo Taleban
foram transportados de
avião a Cabul. Eles foram assassinados no norte do país,
durante missão humanitária.
O Taleban os acusou de
promover atividades missionárias e de espionar para os
EUA. A ONG a que pertencia
a equipe médica nega.
"Estamos com o coração
partido pela perda dessas
pessoas heroicas e generosas", disse a secretária de Estado Hillary Clinton.
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