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GUERRA SEM LIMITES
Ex-inspetor da ONU afirma em Bagdá que ataque americano contra o Iraque seria um erro histórico
EUA dizem ter novas provas contra Saddam
DA REDAÇÃO
As principais autoridades dos
EUA disseram haver novas provas de que o ditador do Iraque,
Saddam Hussein, está desenvolvendo uma bomba atômica.
"Nós sabemos de um carregamento que estava em um navio
que interceptamos", disse ontem
o vice-presidente Dick Cheney.
A afirmação foi uma resposta a
informações de que o Iraque estaria tentando adquirir tubos de
alumínio que servem para enriquecer o urânio, utilizado na fabricação da bomba atômica. "Não
sabemos que outros meios [para
desenvolver armas de destruição
em massa" Saddam estaria buscando", disse Cheney em entrevista na TV NBC.
Já a assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, disse à
TV CNN que os americanos "não
devem esperar que a fumaça de
um revólver se transforme em
uma nuvem de cogumelo [formato resultante da explosão de uma
bomba atômica"". Segundo ela,
os EUA possuem provas de que o
Iraque desenvolve armas de destruição em massa.
As declarações fazem parte de
uma ofensiva diplomática dos
EUA para tentar convencer sua
população e outros países a apoiarem uma ofensiva para derrubar
Saddam. Dos cinco países do
Conselho de Segurança da ONU,
três se negam a dar o aval a Bush:
França, China e Rússia. O Reino
Unido apóia a posição dos EUA.
No sábado, o presidente americano, George W. Bush, fez declaração similar após se reunir em
Camp David com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, seu
maior aliado em uma possível
ofensiva contra o Iraque.
Nesta quinta, Bush irá à ONU
pedir apoio internacional para a
ofensiva contra o Iraque. E deve
dizer que os EUA terão de agir sozinhos sem o apoio do órgão.
Cheney afirmou que uma guerra contra o Iraque "não será tão
dura". Mas acrescentou que pode
ser necessário que as forças americanas permaneçam no Iraque
para garantir uma transição pacífica para um novo governo, caso
Saddam seja deposto.
"Esse custo seria menor do que
um ataque de alguém como Saddam, que possui ou desenvolve
armas de destruição em massa,
contra os EUA", disse. Ele afirmou ainda que o governo ainda
não tomou uma decisão final sobre o uso da força no Iraque.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, tido como um
dos mais moderados da administração Bush, afirmou para a rede
de TV Fox News que o governo
dos EUA não tem outra opção a
não ser considerar um ataque
contra o Iraque.
Ex-inspetor
Em Bagdá, o americano Scott
Ritter, ex-chefe dos inspetores de
armas da ONU, afirmou ao Parlamento iraquiano que seria um
"equívoco histórico" um ataque
contra o Iraque. Ele rejeita as afirmações de que Saddam estaria
produzindo armas de destruição
em massa. Ritter pediu aos iraquianos que aceitem o retorno
dos inspetores de armas ao país.
Powell rebateu as declarações
de Ritter dizendo que o governo
americano lida "com fatos, não
especulações". Segundo ele, Ritter
não dispõe de informações para
dar essas declarações.
Com agências internacionais
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