São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Após ataque ao presidente, bomba mata 30 na Argélia

Na quinta-feira Bouteflika escapou de suicida que deixou 22 mortos no leste do país

Explosão de carro-bomba jogado ontem contra chalés de guarda-costas resultou também em mais de 60 feridos, muitos deles civis

Um ataque com uma caminhonete repleta de explosivos deixou ontem 30 mortos, a maioria guarda-costas das forças navais argelinas, e cerca de 60 feridos, vários deles civis, em Cabília, cidade 70 km a leste de Argel, a capital do país. A autoria foi reivindicada pela Al Qaeda no Magreb Islâmico.
Na quinta-feira, um atentado suicida contra o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika na cidade de Batna, no leste do país, resultou em 22 mortos e mais de cem feridos. Um homem identificado como Abu Mokdad, 28, detonou os explosivos que carregava antes de passar próximo ao presidente.

"Beco sem saída"
Em declaração à TV, o presidente insistiu que, apesar do terrorismo, não modificará suas estratégias de paz.
O ministro do Interior, Yazid Zerhuni, considerou que o fato de o ataque ao mandatário ter sido evitado demonstrou que os terroristas "estão em um beco sem saída", acrescentando que as Forças Armadas possuem novos métodos para combatê-los.
Ontem, a caminhonete foi lançada contra o abrigo dos guarda-costas no porto de Dellys, destruindo vários chalés e espalhando restos de madeira, metal e concreto. O automóvel servia ao abastecimento do quartel. Seu motorista foi seqüestrado pelo suicida, diz investigação preliminar.
A organização terrorista Al Qaeda no Magreb Islâmico, antigo Grupo Salafista para a Pregação e o Combate, assumiu a autoria do ataque, segundo a TV Al Jazeera. A emissora informou que a Al Qaeda no Magreb disse estar por trás dos atentados em declaração na internet, sem dar mais detalhes.
Os atentados acontecem próximos à chegada do Ramadã, o que preocupa as autoridades.
A Al Qaeda no Magreb difundiu pela internet diversos vídeos e mensagens afirmando que "dezenas de jovens" buscam o martírio, a partir da sustentação de que "Deus recomenda acelerar a Guerra Santa durante o mês de jejum e abstinência" -o Ramadã. A região onde fica o porto de Dellys foi cenário de vários atentados islamitas nos últimos anos.
No último dia 11 de abril, um atentado contra o palácio do governo e uma delegacia matou 30 pessoas. Em 11 de julho, um quartel foi atacado por um suicida a bordo de um veículo frigorífico também carregado de explosivos em Lajdaria, cidade ao leste de Argel. Dez militares morreram e 35 ficaram feridos.


Com agências internacionais

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