São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

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UE pressiona Rússia sobre morte de repórter

Protesto em Moscou exige esclarecimento do assassinato de jornalista que relatou abusos do Exército

DA REDAÇÃO

A União Européia exortou ontem a Rússia a esclarecer o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, cujo corpo foi achado no sábado com marcas de tiros. Centenas de pessoas participaram em Moscou de um protesto contra o crime, que atingiu uma das principais repórteres investigativas do país, conhecida por suas reportagens sobre a violações de direitos humanos.
Além da UE, que descreveu o assassinato como "um crime horroroso", organizações como a Anistia Internacional e a Federação Internacional de Ligas dos Direitos Humanos também exigiram a solução do crime. O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, disse que "é importante que as autoridade esclareçam o que aconteceu" e afirmou estar "profundamente emocionado com o assassinato de uma mulher notável e grande jornalista".
A praça Pushkin foi palco da maior manifestação, com cerca de 500 pessoas. Os participantes carregavam fotos da jornalista e placas com dizeres como "O assassinato de Politkovskaya e a perseguição de minorias étnicas é fascismo" e "O Kremlin matou a liberdade de expressão".

Investigação
A promotoria russa anunciou que irá investigar se Politkovskaya foi morta por causa de seu trabalho -a jornalista era uma das principais críticas do presidente Vladimir Putin.
A morte de Politkovskaya aumentou o temor sobre a repressão à liberdade de imprensa no país. Colegas da jornalista anunciaram uma investigação própria sobre o caso. "O assassinato de Anna Politkovskaya é um novo ataque à democracia e à liberdade de expressão na Rússia", declarou a União dos Jornalistas de Moscou.
Editores do jornal em que Politkovskaya trabalhava, o "Novaya Gazeta", disseram que ela estava prestes a publicar um artigo sobre torturas e seqüestros na Tchetchênia. A rádio "Eco de Moscou" anunciou que o "Novaya Gazeta" estaria oferecendo uma recompensa de cerca de US$ 1 milhão em troca de informações.


Com agências internacionais


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