São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

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AFEGANISTÃO

Atentados do Taleban neste ano são recorde, diz Otan

DA REDAÇÃO

Comandos do grupo integrista islâmico Taleban praticaram neste ano 78 atentados no Afeganistão, matando cerca de 200 pessoas, informou ontem a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), responsável pelos militares estrangeiros e também pela segurança interna naquele país.
O balanço dá conta que a violência recrudesceu com a adoção, pelo Taleban, de ataques suicidas e explosões por controle remoto, a exemplo da insurgência no Iraque.
São técnicas "mais sofisticadas" que se traduziram por "uma mudança extraordinária" no número de mortos, segundo estudo de uma consultoria contratada nos Estados Unidos pelo Pentágono.
Em 2003 foram apenas seis atentados-suicidas; em 2004 foram seis; no ano passado eles já haviam aumentado para 21.
As vítimas deste ano estão distribuídas da seguinte maneira: 142 civis afegãos, 40 policiais locais e 13 militares estrangeiros. Dez atentados foram neutralizados antes de ocorrerem, enquanto a polícia afegã afirma que apenas na semana passada desmontou 17 outros ataques.
As forças estrangeiras invadiram o Afeganistão no final de 2001, e depuseram o governo do Taleban, que abrigava bases da Al Qaeda, organização responsável pelo 11 de Setembro.
O comandante das forças da Otan no Afeganistão, general britânico David Richards, afirmou ontem ser "bastante covarde a utilização de suicidas" e que essa forma de atacar a população civil "demonstra fraqueza e não a força" dos guerrilheiros islâmicos.
Richards também afirmou, segundo a BBC, que 70% da população passará a apoiar o Taleban se nos próximos seis meses o quadro de segurança interno não apresentar sensível melhora.
A seu ver, os afegãos prefeririam a volta de um regime "austero e desagradável", deposto por forças comandadas pelos EUA, em lugar de mais cinco anos de combate.
Richards fez o alerta um dia depois que o premiê britânico, Tony Blair, defendeu o envio de mais soldados do país ao Afeganistão. Para o general, são necessários pelo menos mais 2.500 homens para formar um batalhão de reserva que auxilie nos esforços de reconstrução e desenvolvimento do país.


Com agências internacionais



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