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Britânicos tirarão 2.500 soldados do Iraque em 2008
Mil homens devem deixar país já neste ano; fase seguinte começa em março de 2008
Para analistas, operação visa aumentar popularidade do premiê trabalhista, que não descartou retirada
total ainda no ano que vem
Lefteris Pitarakis/Associated Press
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Em Londres, manifestantes pedem fim da campanha no Iraque |
DA REDAÇÃO
Principal aliado dos EUA na
Guerra do Iraque, o Reino Unido vai reduzir suas tropas no
país dos atuais 5.500 homens
para 2.500 já no primeiro semestre do ano que vem, anunciou ontem primeiro-ministro
Gordon Brown ao Parlamento.
O premiê trabalhista indicou
ainda que o restante dos soldados do Reino Unido, que participou da invasão do país do
Oriente Médio em 2003 com
cerca de 18 mil homens, pode
deixar o Iraque até o fim do ano
que vem. Desde a invasão, 170
militares britânicos morreram
no Iraque.
Segundo Brown, que no início deste mês afirmara que tiraria mil soldados do Iraque até o
Natal, a retirada é possível devido a "progressos feitos no
treinamento das forças de segurança iraquianas". Brown referia-se ao contingente em
atuação na Província de Basra,
sul do país, onde estão lotadas
as tropas britânicas.
"Os iraquianos estão, agora,
aptos a assumir a responsabilidade eles próprios pela segurança", disse Brown aos membros da Câmara dos Comuns,
em Londres. O antecessor e colega de partido de Brown, Tony
Blair, já havia, no início do ano,
declarado que o governo tiraria
os soldados britânicos do Iraque, embora não tivesse dado
detalhes da retirada.
A operação será, de acordo
com o que explicou o Brown,
feita em dois estágios, conforme os britânicos forem passando mais tarefas voltadas à segurança da Província para as
mãos dos iraquianos.
A redução seria primeiramente para 4.500 e depois
4.000, nos primeiros dois meses do processo, e, a partir do
segundo trimestre de 2008, o
contingente encolheria para
2.500. Numa terceira fase, os
soldados britânicos ficariam a
cargo só de treinar as forças de
segurança iraquianas em Basra,
até a eventual retirada total.
Do efetivo a sair do Iraque,
cerca de 500 homens devem ir
para outros postos no Oriente
Médio, os quais Brown não especificou.
Segundo o "New York Times", um membro da Chancelaria do Reino Unido cujo nome
não foi revelado afirmou que o
programa de retirada foi discutido com o comandante das forças dos EUA no Iraque, general
David Petraeus.
Além da diminuição do efetivo de seu país, Gordon Brown
prometeu "não deixar desamparados" os iraquianos que foram contratados para auxiliar,
em atividades civis, as tropas
britânicas. O premiê afirmou
que aqueles que trabalham para os britânicos já há mais de
um ano poderão requerer ajuda
financeira para que se estabeleçam em outros lugares do Iraque ou até no Reino Unido.
Opinião pública
Segundo a BBC, a atitude de
Brown visa em parte acalmar o
eleitorado, cuja opinião negativa acerca da campanha militar
no Iraque contribuiu muito para o declínio da aprovação de
Tony Blair antes de ele deixar o
governo, em junho. Ontem,
cerca de 2.000 pessoas participaram de uma manifestação
pela retirada total do Iraque,
que terminou diante do Parlamento, em Londres.
Gordon Brown quer "as tropas britânicas fora de Basra até
a eleição", que deve ocorrer em
2009, disse ao "New York Times" Toby Dodge, do International Institute of Strategic
Studies em Londres.
Com agências internacionais e
"The New York Times"
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