São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011

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Credores criticam ritmo de ajuste grego

FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia veem falta de determinação no esforço do país para sanar crise

Presidente francês e chanceler alemã devem reunir-se hoje para discutir recapitalização dos bancos europeus

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Com a liberação da parcela deste mês -de € 8 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões)- do pacote de socorro à Grécia ainda pendente, membros do FMI (Fundo Monetário Internacional), do CE (Comissão Europeia) e do BCE (Banco Central Europeu) criticaram abertamente a gestão da economia grega.
O trio de entidades aprovou, no ano passado, um pacote de € 110 bilhões (R$ 260 bi) de resgate à Grécia. A liberação das parcelas é condicionada à execução de rígidos cortes de gastos impostos pelos credores a Atenas.
O governo grego sustenta que, se não receber a liberação da próxima parcela, não haverá dinheiro para pagar salários públicos e aposentadorias no mês de novembro.
À edição de hoje do jornal alemão "Welf am Sonntag" (mundo no domingo), o dinamarquês Paul Mathias Thomsen, do FMI, afirmou que o saneamento nas finanças gregas tem de ser muito mais severo do que as medidas já implementadas.
"Está claro que o programa [de resgate] não seguirá adiante se as autoridades [gregas] não decidirem por um caminho de reformas estruturais muito mais rígidas."
O trio deve divulgar novo relatório sobre a situação grega no próximo dia 24. Uma recomendação positiva pode destravar o empréstimo.
Além do pacote aprovado em 2010, foi acordado outro para a Grécia, em julho passado, de € 109 bilhões.
Angela Merkel, chanceler alemã, e Nicolas Sarkozy, presidente francês, se reúnem hoje para discutir, sob a sombra de eventual calote grego, um programa de recapitalização dos bancos europeus -que detêm expressivo volume da dívida grega.
Caso a Grécia não alcance um calote negociado de sua dívida, a crise poderá contagiar todo o sistema.
Há desencontro, porém, entre as posições francesa e alemã a respeito das regras para essa recapitalização.
Enquanto Paris defende que os bancos possam recorrer em primeira instância ao EFSF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), Berlim quer que essa seja uma medida reservada a situações extremas.


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