|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chávez anuncia ter localização de reféns
Segundo presidente da Venezuela, Farc lhe passaram coordenadas da selva colombiana onde entregarão duas seqüestradas
Governo colombiano dá
autorização à nova missão, após fracasso de dezembro;
venezuelano afirma que soltura pode acontecer hoje
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, anunciou ontem
que as Farc finalmente enviaram as coordenadas para a liberação da ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas e da ex-congressista Consuelo González. Segundo ele, a operação deve ocorrer ainda hoje.
"Nesta manhã, [recebemos]
por parte do comando das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia, agora sim, as
coordenadas lá nas montanhas
da Colômbia, onde se encontram Clara e Consuelo. Porque,
graças a Deus, o menino Emmanuel [filho de Rojas] está
bem e está em Bogotá", disse
Chávez à tarde, em ato com jogadoras de voleibol.
"Esperamos que amanhã
[hoje], na primeira hora, os helicópteros venezuelanos com a
Cruz Vermelha voem até Guaviare [sudeste colombiano] para buscar essas duas compatriotas colombianas e conseguir sua liberação", disse.
A mãe de Rojas, Clara, permanecia ontem em Caracas à
espera da libertação de sua filha, seqüestrada em 2002 junto
com a candidata presidencial
Ingrid Betancourt. González
foi capturada em 2001.
Em Bogotá, o governo colombiano aprovou a solicitação
enviada pela Venezuela para libertar as reféns, segundo o Comitê Internacional da Cruz
Vermelha (CICR), envolvido
no processo. "Nós participaremos dessa missão humanitária
anunciada por Chávez e aprovada pelo governo colombiano", disse Yves Heller, porta-voz do CICR na Colômbia, à
agência de notícias Reuters.
Processo longo
A novela para a libertação de
Rojas e González se arrasta
desde o dia 18 do mês passado,
quando as Farc anunciaram a
entrega unilateral das duas e do
menino Emmanuel, 3, nascido
em cativeiro e filho de Rojas
com um guerrilheiro.
A soltura foi classificada como "ato de desagravo" a Chávez, cuja mediação nas negociações entre o governo e a guerrilha de esquerda foi interrompida pelo presidente Álvaro Uribe em novembro.
No dia 26, Chávez anunciou
uma complexa missão de resgate dos três. Batizada de Operação Emmanuel, envolveu a
criação de um grupo de observadores internacionais, como
ex-presidente argentino Néstor Kirchner e o assessor internacional do Planalto, Marco
Aurélio Garcia.
Após três dias de espera da
missão internacional em Villavicencio (centro da Colômbia),
as Farc suspenderam a entrega
no dia 31, alegando falta de segurança por causa de operações
militares na área da libertação.
No mesmo dia, Uribe negou a
versão das Farc e disse que o
atraso se devia ao fato de que o
menino Emmanuel não estava
mais em poder da guerrilha, e
sim em Bogotá, sob a tutela do
Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar, onde foi registrado como Juan David.
Irritado, Chávez acusou Uribe de "dinamitar" a missão.
Mas o teste de DNA confirmou
que Emmanuel está mesmo em
Bogotá, causando um grande
revés político às Farc e deixando o venezuelano numa situação embaraçosa.
Texto Anterior: Escolha de delegados pode favorecer candidata Próximo Texto: Frase Índice
|