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Morales só vem ao Brasil se o gás aumentar
FABIANO MAISONNAVE
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de confirmar a
viagem nesta semana, Evo
Morales voltou a condicionar a visita de Estado marcada para a próxima quarta-feira a Brasília a um
pré-acordo sobre o aumento do preço do gás,
disse ontem à Folha um
alto funcionário do governo boliviano.
"Se não houver um passo concreto para resolver
o problema do preço do
gás do GSA [Petrobras] e
de Cuiabá, a visita está
ameaçada" disse.
Morales considera o
preço do gás o "tema fundamental" na agenda com
o Brasil e crê que a visita
não tenha sentido sem
uma sinalização positiva
de avanço.
A Bolívia quer que o gás
vendido ao Brasil alcance
um preço igual ao pago pela Argentina, US$ 5 por
milhão de BTU (unidade
térmica britânica). A Petrobras, que paga cerca de
US$ 4,3 por milhão de
BTU, tem resistido a aumentar o preço. Já a empresa Pantanal Energia,
que leva o gás a Cuiabá por
US$ 1 por milhão de BTU,
afirma que concorda em
aumentar o preço, mas
que ainda não se chegou a
uma fórmula para isso.
O chanceler Celso Amorim disse que o preço do
gás não deve ser tratado
do ponto de vista político.
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