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Dólares podem conquistar votos
ADAM ENTOUS
DA REUTERS, EM WASHINGTON
Para obter os votos de que necessita no Conselho de Segurança
(CS), os Estados Unidos possuem
uma poderosa arma diplomática:
dinheiro. A "diplomacia do dólar" pode ser um fator decisivo na
votação da ONU.
Até agora, os resultados dessa
tática têm sido confusos. Apesar
da promessa de uma ajuda de
US$ 30 bilhões, o Parlamento da
Turquia não autorizou que o
Exército americano use as bases
do país. Mas a crescente pressão
político-econômica pode levar à
realização de outra votação.
Para os membros do CS, os potenciais benefícios econômicos
variam. Para a Rússia, por exemplo, vetar a resolução pode pôr
em risco os planos americanos de
suspender as restrições comerciais criadas na era soviética.
Antes o mais fiel aliado da
União Soviética, a Bulgária é agora considerada um dos mais fervorosos apoios da posição americana sobre o Iraque no CS. No
mês passado, os EUA disseram
que poderiam enviar uma delegação de negócios no final deste ano
para procurar oportunidades de
comércio e investimento.
O Paquistão, um aliado-chave
na guerra contra o terrorismo encabeçada pelos EUA, depende
muito da ajuda americana direta e
indiretamente, por meio do Fundo Monetário Internacional.
George W. Bush já designou Camarões e Guiné como parceiros
preferenciais de um plano para o
desenvolvimento africano. Para
continuar recebendo os benefícios, porém, os países não podem
"se engajar em atividades que debilitem a segurança ou os interesses da política externa dos EUA".
O México está preocupado com
Washington pela falta de interesse em regularizar a situação de
milhões de mexicanos que vivem
ilegalmente nos EUA. Bush pode
ressuscitar o assunto. O México
expressou reservas quanto à guerra, mas ainda não indicou como
votará. O chanceler mexicano negou que o voto de seu país poderia
influenciar as concessões americanas na lei de imigração.
Muitos analistas prevêem que o
Chile possa passar para o lado
americano para assegurar que o
Congresso dos EUA aprove um
acordo de livre comércio. Mas,
apesar do apelo telefônico de
Bush, o presidente Ricardo Lagos
afirmou no sábado que o prazo
estipulado pelos EUA para o desarmamento iraquiano (até 17 de
março) é muito curto.
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