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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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Dólares podem conquistar votos

ADAM ENTOUS
DA REUTERS, EM WASHINGTON

Para obter os votos de que necessita no Conselho de Segurança (CS), os Estados Unidos possuem uma poderosa arma diplomática: dinheiro. A "diplomacia do dólar" pode ser um fator decisivo na votação da ONU.
Até agora, os resultados dessa tática têm sido confusos. Apesar da promessa de uma ajuda de US$ 30 bilhões, o Parlamento da Turquia não autorizou que o Exército americano use as bases do país. Mas a crescente pressão político-econômica pode levar à realização de outra votação.
Para os membros do CS, os potenciais benefícios econômicos variam. Para a Rússia, por exemplo, vetar a resolução pode pôr em risco os planos americanos de suspender as restrições comerciais criadas na era soviética.
Antes o mais fiel aliado da União Soviética, a Bulgária é agora considerada um dos mais fervorosos apoios da posição americana sobre o Iraque no CS. No mês passado, os EUA disseram que poderiam enviar uma delegação de negócios no final deste ano para procurar oportunidades de comércio e investimento.
O Paquistão, um aliado-chave na guerra contra o terrorismo encabeçada pelos EUA, depende muito da ajuda americana direta e indiretamente, por meio do Fundo Monetário Internacional.
George W. Bush já designou Camarões e Guiné como parceiros preferenciais de um plano para o desenvolvimento africano. Para continuar recebendo os benefícios, porém, os países não podem "se engajar em atividades que debilitem a segurança ou os interesses da política externa dos EUA".
O México está preocupado com Washington pela falta de interesse em regularizar a situação de milhões de mexicanos que vivem ilegalmente nos EUA. Bush pode ressuscitar o assunto. O México expressou reservas quanto à guerra, mas ainda não indicou como votará. O chanceler mexicano negou que o voto de seu país poderia influenciar as concessões americanas na lei de imigração.
Muitos analistas prevêem que o Chile possa passar para o lado americano para assegurar que o Congresso dos EUA aprove um acordo de livre comércio. Mas, apesar do apelo telefônico de Bush, o presidente Ricardo Lagos afirmou no sábado que o prazo estipulado pelos EUA para o desarmamento iraquiano (até 17 de março) é muito curto.



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