São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Techint pede a Caracas solução "construtiva"

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Diante da notícia de que o governo venezuelano irá reestatizar a Sidor, o presidente do grupo ítalo-argentino Techint, Paolo Rocca, dono de 60% do capital da siderúrgica, enviou ontem uma carta a Hugo Chávez pedindo uma "solução construtiva" para o caso.
"Peço sua intervenção para encontrar uma solução construtiva para nossos países e para a empresa", escreveu Rocca na carta dirigida ao "tenente coronel Hugo Chávez". Rocca anunciou que a siderúrgica ofereceria aumentos salariais de 130% e destacou que a presença da empresa na Venezuela "reforça os laços do Mercosul".
À noite, a empresa emitiu novo comunicado para dizer que não havia recebido "nenhuma notificação formal" sobre a nacionalização e que esperava uma oportunidade para conversar com as autoridades venezuelanas.
Gerentes do grupo, visto como próximo ao governo argentino, teriam ligado para a presidente Cristina Kirchner para pedir que interviesse no caso. A Casa Rosada não se pronunciou.
O vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizales, afirmou que a relação entre Venezuela e Argentina, constantes parceiros comerciais e políticos, não se abalaria.
Em maio de 2007, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) já havia intercedido para evitar a estatização da Sidor, mesmo com o grupo Techint sob suspeita de envolvimento no escândalo Skanska sobre o pagamento de propina na licitação de um gasoduto.


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