São Paulo, domingo, 10 de abril de 2011

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Sidney Lumet morre aos 86 anos em Nova York

Cineasta dirigiu sucessos como "Um Dia de Cão" e "Rede de Intrigas"

Para diretor, o cinema, além de entreter, devia levar o espectador a colocar as mãos na própria consciência

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Sidney Lumet, o cineasta que usou a máquina de Hollywood para desvendar a sociedade norte-americana, morreu ontem, aos 86 anos, em sua casa, em Nova York, cidade-cenário de sua obra.
A enteada do diretor, Leslie Gimbel, informou à imprensa que ele sofria de um linfoma. Seu último longa-metragem, o thriller "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto", havia sido lançado nos cinemas em 2007.
No filme protagonizado por Philip Seymour Hoffman e Ethan Hawke, Lumet provava que, mesmo octogenário, mantinha a mão firme e o olhar agudo.
Nascido na Filadélfia, em 1924, filho de um ator de origem polonesa, Lumet debutou na direção cinematográfica em 1957, com o drama judiciário "12 Homens e uma Sentença", com Henry Fonda. Antes, havia feito alguns trabalhos para a TV.
O talento exibido na estreia abriu-lhe o caminho para as grandes produções.

EMBATES MORAIS
Apenas na década de 1970, assinou três clássicos do cinema hollywoodiano: "Serpico" (1973), primeiro filme em que investiga a corrupção policial, "Um Dia de Cão" (1975), com Al Pacino em um de seus mais impressionantes papéis, e "Rede de Intrigas" (1976), sobre o mundo televisivo.
Além da câmera exata nos enquadramentos, seus filmes eram movidos por questões morais - que iam da corrupção institucional às complexas escolhas pessoais. É que ele sempre acreditou que o cinema, além de entreter, podia incomodar.
Num texto recuperado no obituário do "New York Times", ele escreveu que, "apesar do objetivo de quase todos os filmes ser entreter", os filmes nos quais acreditava iam um passo adiante. "Meus filmes estimulam o espectador a examinar uma ou outra faceta de sua própria consciência", definiu.
Ao longo da vida, Lumet foi indicado quatro vezes ao Oscar de melhor diretor. Nunca levou a estatueta. Em 2005, recebeu um Oscar honorário pela carreira.


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