São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 2002

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TERRORISMO

EUA e França investigam ligação com Al Qaeda

Paquistão prende centenas após atentado que matou 11 franceses

DA REDAÇÃO

Centenas de militantes islâmicos do Paquistão foram detidos, numa tentativa do governo local de agir contra o terrorismo internacional, após o atentado a bomba em frente a um hotel em Karachi (sul) que matou 11 franceses e três paquistaneses, anteontem.
A ministra da Defesa da França, Michèle Alliot-Marie, visitou ontem o local do atentado e uma dezena de cidadãos franceses feridos. Ela elogiou o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, por sua "corajosa escolha" de aderir à ação liderada pelos EUA contra o terrorismo após 11 de setembro. "Temos de combater o terrorismo até eliminá-lo", disse.
Um porta-voz do governo francês disse que o atentado visava "claramente prejudicar um membro poderoso da coalizão liderada pelos EUA, como a França".
Investigadores franceses e americanos procuram ligações do atentado com a rede terrorista Al Qaeda, cujo líder, o saudita Osama bin Laden, admitiu em vídeo a responsabilidade sobre os atentados de 11 de setembro nos EUA.
Muitos militantes islâmicos no Paquistão têm ligações com a Al Qaeda. Eles prometeram vingança após Musharraf ter banido cinco grupos extremistas depois de ter deixado de apoiar o regime do Taleban no Afeganistão e aderido à coalizão liderada pelos EUA.
Musharraf disse que o atentado foi "uma tentativa de desestabilizar o Paquistão" e "enfraquecer sua decisão de lutar contra o terrorismo internacional".
Funcionários do Ministério do Interior disseram que ao menos 298 suspeitos de pertencer aos grupos ilegais foram detidos, em ofensiva que deve durar vários dias. Após o banimento dos grupos, anunciado em janeiro por Musharraf, mais de 2.000 militantes foram detidos e posteriormente libertados. Funcionários do governo disseram que os militantes soltos na ocasião não estão sendo presos novamente agora.
Doze franceses feridos no ataque embarcaram ontem de volta à França em um jato alemão. Os corpos dos mortos seriam transportados depois, segundo Alliot-Marie. Ela afirmou que a construção de um submarino francês comprado pela Marinha paquistanesa -no qual os engenheiros mortos estavam trabalhando- continuará apesar do ataque.


Com agências internacionais

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