|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁSIA
Presidente Macapagal Arroyo lidera pesquisas, mas ex-astro do cinema encosta; país vê crescer atividade terrorista islâmica
Sob ameaça de terrorismo, Filipinas vai às urnas hoje
KATHY MARKS
DO "INDEPENDENT", NAS FILIPINAS
As autoridades filipinas estão
em alerta máximo contra eventuais ataques terroristas destinados a tumultuar as eleições presidenciais de hoje, advertindo que a
ilha de Mindanao, no sul, se tornou o principal campo de treinamento do grupo terrorista islâmico Jemaah Islamiyah (JI), acusado
de manter vínculos com a rede
terrorista Al Qaeda.
Ontem, os cinco candidatos
presidenciais deixaram as diferenças políticas de lado e participaram de uma missa em Manila
em favor de uma eleição pacífica,
apesar de alertas de possíveis ataques terroristas e de fraude.
A presidente Gloria Macapagal
Arroyo, candidata à reeleição, seu
principal oponente, Fernando
Poe Jr., e os outros três candidatos
rezaram de mãos dadas pedindo
uma eleição pacífica.
Apesar do apelo, ontem à noite
desconhecidos jogaram uma granada no escritório de um candidato a prefeito em Caloocan, na
região de Manila.
No interior, uma explosão seguida de incêndio destruiu documentos eleitorais em Tafta (leste).
Uma série de prisões nas últimas semanas frustrou planos para detonar bombas em Manila
durante a corrida presidencial, na
qual Macapagal Arroyo vê sua
reeleição desafiada por um popular ex-astro de filmes de ação, Poe
Jr. "Sem dúvida, salvamos algumas vidas", disse um diplomata
ocidental. "Cedo ou tarde, porém,
nossa sorte vai acabar."
O JI, responsabilizado pelo
atentado que em 2002 matou cerca de 200 turistas na ilha de Bali
(Indonésia), se infiltrou em Mindanao, onde se aliou com grupos
terroristas separatistas.
No final de março, Arroyo disse
que forças de segurança evitaram
planos de um "ataque do nível de
Madri" após a prisão de seis supostos membros do grupo extremista Abu Sayyaf, em Manila.
Segundo o governo, um dos
presos confessou ter colocado
uma bomba numa balsa na região
de Manila, que matou cem pessoas no final de fevereiro.
Novo Afeganistão
A cooperação entre o JI e grupos
separatistas armados do sul das
Filipinas, de maioria islâmica,
tem preocupado o governo federal e diplomatas ocidentais.
Um diplomata americano disse
que Mindanao se tornou o principal refúgio para terroristas islâmicos, propiciando um bom ambiente para treinamento e levantamento de fundos.
"É como o Afeganistão alguns
anos atrás", disse. "As ligações entre o JI e grupos locais estão cada
vez mais fortes e complexas."
A ação liderada pelos EUA no
Afeganistão e a perseguição contra o JI na Indonésia transformaram Mindanao numa base alternativa. Cerca de 70 membros do JI
estariam em dois ou três campos
mantidos na ilha.
Acredita-se que a Al Qaeda tenha enviado dinheiro e militantes
para as Filipinas. Na semana passada, autoridades do país rastrearam US$ 25 mil, que teriam sido
enviados por um membro da rede
terrorista de Osama bin Laden
para financiar operações do JI.
Arroyo tem sido uma firme aliada de Washington na "guerra o
terror". Militares americanos têm
estado no sul das Filipinas durante os últimos dois anos, treinando
unidades militares.
O Exército filipino é consideram mal equipado para lidar com
o terrorismo sozinho. No mês
passado, 53 pessoas -das quais
20 membros da Abu Sayyaf- escaparam de uma prisão na ilha de
Basilan.
Com agências internacionais
Texto Anterior: América Latina: Chávez anuncia prisão de 88 colombianos Próximo Texto: Panorâmica Afeganistão: Dois estrangeiros são mortos na capital; veículo da ONU é atacado no interior Índice
|