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JUSTIÇA
Roberto Tucci chefiava a rádio Vaticana quando ela foi acusada de espalhar ondas eletromagnéticas cancerígenas
Corte romana condena cardeal por poluição
DA REDAÇÃO
Uma corte de Roma condenou
ontem o cardeal Roberto Tucci,
84, que foi chefe do comitê de gerenciamento da rádio Vaticana, e
o padre Pasquale Borgomeo, diretor-geral da estação, a dez dias de
prisão pela poluição do ambiente
com ondas eletromagnéticas provenientes de uma torre de transmissão da rádio. As sentenças foram automaticamente suspensas.
Após um ano e meio de julgamento, a juíza Luisa Martone ainda ordenou que os dois pagassem
os custos do processo e indenizações por danos pedidas em um
processo civil ligado ao julgamento. Os valores ainda serão determinados. Borgomeo e Tucci, hoje
aposentado, negaram as acusações. Os promotores haviam inicialmente pedido pena de 15 dias.
Segundo o reverendo Federico
Lombardi, diretor de programação da rádio, a defesa vai recorrer
da decisão. "Estamos abalados",
disse. "Continuamos a afirmar
que nossa transmissão está alinhada com os acordos entre a Itália e o Vaticano." Um terceiro
membro da rádio, chefe dos serviços técnicos, foi absolvido.
Promotores afirmam que os
acusados violaram os padrões italianos de transmissões eletromagnéticas, acusando os equipamentos de transmissão da rádio em
Cesano, subúrbio de Roma, de
causar danos à saúde da população que vive por perto.
O caso surgiu de um relatório
médico, divulgado em 2001 por
uma agência pública de saúde,
que mostrou números estranhamente altos de pessoas que vivem
perto das antenas de transmissão
da rádio Vaticana e que contraíram leucemia ou morreram em
decorrência da doença.
Um julgamento inicial foi suspenso em 2002 depois que um
juiz determinou que as leis italianas não poderiam ser aplicadas à
rádio porque seu centro de transmissão era visto como parte da
Cidade do Vaticano, que é um Estado independente. A decisão foi
revogada pela Corte Suprema italiana e o processo foi retomado.
A rádio Vaticana rejeitou os resultados de um segundo relatório,
independente, que afirma que a
alta capacidade das antenas pode
ter causado o aumento de câncer.
Os moradores de Cesano aplaudiram os promotores. Cristina
Tabano, advogada do Codacons,
grupo que participa do processo
civil ligado ao julgamento, afirmou estar satisfeita com o fato de
a corte ter julgado existir responsabilidade criminal. Segundo Tabano, moradores de Cesano reclamaram que podiam ouvir as
transmissões da rádio Vaticana
por meio de suas lâmpadas por
causa de distúrbios eletromagnéticos. O grupo já pediu indenização de 200,6 milhões.
Com agências internacionais
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