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TIRO PELA CULATRA
Sasser diz não poder deixar a embaixada em Pequim, alvo de protestos contra morte de chineses na Iugoslávia
Embaixador dos EUA afirma ser refém
das agências internacionais
O embaixador
dos Estados
Unidos em Pequim, James
Sasser, disse ontem que seu pessoal diplomático permanecia
há dois dias como refém na missão
diplomática, cercada desde a manhã de sábado por milhares de manifestantes.
"Somos reféns nesta embaixada", disse Sasser, por telefone, à
TV norte-americana CBS. Segundo o embaixador, os manifestantes
"quebraram todos os vidros e nós,
sensatamente, não podemos sair
do edifício".
O embaixador sugeriu que as autoridades chinesas poderiam estar
sendo coniventes com os protestos
e manifestou o temor de que os
protestos pudessem fugir do controle da polícia.
"Existem evidências de que (os
manifestantes) foram estimulados
pelo governo", afirmou Sasser.
Desde sábado, milhares de pessoas se manifestaram diante de
missões diplomáticas norte-americanas na China, em protesto contra o ataque da Otan à embaixada
chinesa em Belgrado (capital iugoslava), na sexta-feira.
Quatro pessoas morreram e cerca de 20 ficaram feridas no bombardeio da embaixada chinesa.
Segundo a agência "France Presse", cerca de 20 mil manifestantes
passaram ontem diante da embaixada dos EUA em Pequim.
No sábado, o prédio foi atacado
com pedras, garrafas, ovos e tomates. Ontem, os manifestantes tentaram tirar a bandeira dos EUA de
seu mastro, mas foram impedidos.
Durante o fim-de-semana, também ocorreram manifestações
contra os EUA e outros países da
Otan, como o Reino Unido, em outras cidades importantes da China.
Em Chengdu (sudoeste da China), o consulado norte-americano
foi parcialmente incendiado.
As manifestações, com grande
participação de estudantes, são as
maiores já ocorridas em Pequim
desde os protestos pró-democracia na praça Tiananmen em 1989,
reprimidos pelo governo.
Em discurso transmitido pela TV
chinesa, o vice-presidente Hu Jintao disse que o governo apoiava
"as atividades de protesto legais",
mas advertiu os manifestantes
contra "atos extremos".
"Precisamos ficar vigilantes contra pessoas que se aproveitem dessa oportunidade para romper a ordem social", disse Hu.
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