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COMENTÁRIO
Condenação traz debate sobre mídia
do enviado especial a Washington
As teorias de que os meios de
comunicação incitam à violência e precisam ser coibidos ganharam alento com a condenação na Justiça, sexta-feira passada, do "Jenny Jones Show".
Os produtores do programa,
um dos mais populares (8 milhões de espectadores diários)
no gênero de entrevistas "mundo cão", foram condenados a
pagar US$ 25 milhões à família
de um convidado do show morto a tiros por outro.
Um dos quadros favoritos do
público de Jenny Jones é o dos
"admiradores secretos". Um entrevistado fica sabendo, no ar,
que é alvo da paixão de um outro, desconhecido. Em geral, homem e mulher, que se conhecem
no show.
Em março de 1995, foi introduzida uma novidade: Jonathan
Schmitz, 32, recebia, encantado,
palavras de amor de alguém que,
em seguida, se revelou um homem, Scott Amedure, 28.
No palco, Schmitz e Amedure
se abraçaram e conversaram,
apesar do embaraço do primeiro. Três dias depois, Schmitz
matou Amedure.
A defesa de Schmitz -que foi
condenado pelo crime, mas espera o julgamento de um recurso- alega que ele agiu motivado pela humilhação que lhe foi
imposta pelo programa.
A família de Amedure processou os produtores por danos
morais e pela morte do rapaz.
A Warner Brothers, do grupo
Time-Warner, responsável pelo
show, diz que a decisão do júri
de Michigan, Meio-Oeste do
país, é um atentado à liberdade
de expressão. Ela vai recorrer.
Floyd Abrams, importante
constitucionalista na área da liberdade de expressão, diz estar
convencido de que a Suprema
Corte derrubará a decisão.
Mas muitos líderes conservadores e liberais, entre eles os de
entidades de homossexuais,
aplaudem o veredicto e dizem
que ele poderá ajudar a melhorar o nível de responsabilidade
ética da televisão norte-americana.
(CELS)
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