São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2004
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EUA Corpo do presidente chega a Washington para homenagens Reagan agora também é lembrado pela omissão no combate à Aids
DA REDAÇÃO Passados os primeiros dias de elogios e lembranças dignificantes depois de sua morte, ocorrida no sábado, Ronald Reagan foi ontem alvo de críticas por seu desempenho como presidente dos Estados Unidos, entre 1981 e 1989. A principal delas veio de San Francisco, na Califórnia, onde o médico Marcus Conant disse que Reagan demorou cinco anos para reagir à epidemia de Aids, período em que 21 mil americanos morreram da doença. "Reagan e seu governo poderiam ter minorado esse quadro, mas, por razões ideológicas, morais e políticas, a atitude oficial foi de imobilismo." O corpo de Reagan chegou ontem a Washington. Poderá ser visitado no Capitólio até sexta-feira, quando será levado à catedral da capital. O corpo voltará, em seguida, à Califórnia, onde será sepultado. Trata-se do primeiro funeral de Estado desde a morte de Lyndon Johnson, em 1973. Apesar de seu papel no fim da Guerra Fria e de ter restaurado o otimismo patriótico americano, Reagan passou a ser lembrado como um presidente conservador e insensível aos problemas da população mais vulnerável. Bruce Cain, da Universidade da Califórnia, disse que ele foi hábil no enfraquecimento dos sindicatos e se tornou um dos arquitetos da guinada à direita da Suprema Corte -a partir da indicação do conservador Antonin Scalia. Os mais ricos passaram a pagar menos impostos, e os mais pobres deixaram de participar de programas sociais do Estado, disse Cain. Para ele, Reagan patrocinou a emergência de uma geração de republicanos conservadores que passou a prejudicar os mais pobres de uma forma despudorada. Sean Wilentz, professor da Universidade de Princeton, diz que "Reagan foi um desastre ao cortar impostos para equilibrar o Orçamento, o que gerou um déficit brutal". Também foi lembrado o apoio a governantes que desrespeitaram os direitos humanos. Alarme falso Pouco antes da chegada do corpo de Reagan a Washington, o Capitólio e a Suprema Corte foram esvaziados porque um avião civil entrou numa área restrita da capital. Autoridades disseram que foi um "alarme falso". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou mensagem ao presidente George W. Bush: "Desejo expressar aos familiares e à nação norte-americana as condolências do governo e do povo brasileiro neste momento de tristeza". Com agências internacionais Texto Anterior: Chirac critica ausência de Lula na cúpula do G8 Próximo Texto: Israel: Sharon planeja começar retirada dos colonos de Gaza em agosto Índice |
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