São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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TERROR
Bombas explodiram ontem perto da divisa com a Província da Tchetchênia
Atentados matam sete na Rússia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Sete pessoas morreram ontem em consequência de dois atentados a bomba no sul da Rússia. Os atentados ocorreram perto da Província separatista da Tchetchênia, suscitando temores de que os rebeldes estariam levando a guerrilha para além das fronteiras da região.
Segundo a agência de notícias russa "Itar-Tass", cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas em um atentado no mercado central de Vladikavkaz, capital da Ossétia do Norte, a 50 quilômetros da fronteira com a Tchetchênia.
As imagens veiculadas pela TV estatal RTR logo após a explosão mostram um carro danificado e o chão manchado de sangue, coberto com vários objetos, entre eles um sapato.
Segundo a TV, a bomba estaria escondida em uma bolsa deixada debaixo de um carro. As cinco mortes teriam decorrido dos estilhaços das bombas.
Em outro atentado a bomba, duas pessoas morreram em uma loja na cidade de Rostov. Segundo fontes oficiais, a explosão ocorreu quando um funcionário da loja tentou abrir uma bolsa de plástico abandonada que ele havia achado na calçada em frente.
Segundo a rede de TV NTV, os próprios moradores de Rostov estão associando o atentado aos rebeldes tchetchenos.
Rostov é a base eleitoral de Victor Kazantsev, indicado recentemente como representante do presidente Vladimir Putin no Cáucaso do Norte -que inclui a Tchetchênia e Ossétia do Norte.

Reveses russos
Os dois atentados acontecem uma semana após uma série de ataques rebeldes a alvos russos na Tchetchênia. No último domingo, um ataque suicida com um caminhão-bomba deixado no quartel da polícia em Argun, próximo à capital da Tchetchênia, Grozni, provocou 33 mortes.
Os últimos reveses do Exército russo na Tchetchênia levantam dúvidas sobre a situação na Província. A Rússia chegou a dar a guerra como ganha, no início do ano, mas Putin reconheceu, na semana passada, que seu fim pode estar mais longe que o esperado.
A guerra na Tchetchênia foi o principal fator que elevou a popularidade de Putin e garantiu sua eleição à Presidência russa, em março. Putin, um ex-oficial da KGB (o serviço secreto da era soviética), comandou, como premiê, o início da ofensiva contra os separatistas da Tchetchênia, em setembro do ano passado.


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