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Exército invade mesquita no Paquistão
Três soldados e ao menos 20 rebeldes, entrincheirados no local há uma semana, morreram no ataque, que começou na madrugada
Segundo governo, falhou a tentativa de negociar com os radicais muçulmanos; na TV, líder pediu a seguidores que "vinguem sua morte"
DA REDAÇÃO
Já era madrugada de terça-feira no Paquistão quando o
Exército do país iniciou um intenso ataque contra a Mesquita
Vermelha, na capital Islamabad, depois de dar por fracassada as negociações com os radicais muçulmanos entrincheirados no local há uma semana. Ao
menos três soldados e 20 rebeldes morreram na ação.
A ofensiva do começou às 4h
(20h em Brasília), em três pontos do complexo -que inclui a
mesquita e escolas religiosas.
Segundo o porta-voz do Exército paquistanês, general Waheed Arshad, 25 crianças foram
retiradas do local ilesas.
Arshad afirmou, em entrevista à imprensa, que os rebeldes ofereciam forte resistência
e que estavam munidos de armas, granadas e bombas de gasolina. Segundo ele, 40% do local já havia sido tomado pelas
tropas: "Aqueles que se renderem serão presos, mas os demais serão tratados como combatentes e mortos".
Segundo o porta-voz, além
dos 23 mortos na ação, ao menos 15 radicais e oito soldados
ficaram feridos. De acordo com
a TV paquistanesa Geo, ao menos 70 pessoas morreram no
interior da mesquita, entre militantes armados e estudantes.
Contabilizado o ataque da
madrugada, desde a terça-feira
passada os confrontos entre rebeldes e militares já mataram
ao menos 47 pessoas.
Os radicais islâmicos mantinham 150 reféns no local, entre
eles mulheres e crianças, segundo o governo paquistanês.
Os rebeldes declaram que há
cerca de 1.800 na mesquita.
Enquanto imagens mostravam fumaça negra saindo do
complexo, o clérigo que lidera a
resistência na mesquita, Rasheed Ghazi, pediu, em entrevista a uma TV, que seus seguidores "vinguem sua morte". Afirmou que sua mãe havia sido ferida no ataque.
"Esta é minha última mensagem: que meus seguidores vinguem minha morte e empreendam uma guerra para libertar-se do agente norte-americano
que tomou todo o Paquistão como refém", disse Ghazi, em referência ao ditador do país, Pervez Musharraf.
A reivindicação de Gahzi e de
seus seguidores é que o governo
adote um regime menos tolerante no país, semelhante ao
que o grupo Taleban impunha
no Afeganistão até a invasão do
país pelos EUA.
Negociação fracassada
Após ter insinuado um ultimato para os rebeldes entrincheirados na Mesquita Vermelha anteontem, o governo do
Paquistão havia voltado atrás
ontem e decidido manter negociações com o grupo.
Pervez Musharraf fez uma
reunião com membros de seu
gabinete e das Forças Armadas
e decidiu que um grupo de clérigos muçulmanos ficaria encarregado da negociação, liderados pelo ex-premiê
Chaudhry Shujaat Hussain.
As conversações, por celular
e alto-falantes, entre radicais e
negociadores chefiados por
Hussain duraram mais de nove
horas, mas não tiveram resultado, segundo o governo.
Com agências internacionais
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