São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Congresso dá vitória a Bush em grampo telefônico

DO "NEW YORK TIMES"

O Senado americano aprovou ontem, por 69 votos a 28, a ampliação dos poderes de espionagem do governo e a imunidade às empresas de telefonia que, em nome de operações de combate ao terrorismo, participaram de escutas telefônicas dentro dos EUA sem autorização judicial prévia.
A votação foi a maior vitória do presidente republicano George W. Bush num Congresso dominado pelos democratas.
O episódio também colocou em situação frágil o senador democrata Barack Obama, pré-candidato presidencial. Ele votou a favor do projeto do governo. Há dois anos e meio, quando a questão foi objeto de uma ampla discussão na mídia americana, ele se alinhou aos grupos de defesa dos direitos civis e se opunha a essa intromissão do Estado na vida dos cidadãos.
Seu voto de ontem é considerado pelos grupos de direitos civis como uma "capitulação" às pressões da Casa Branca num ano eleitoral. A senadora Hillary Clinton, também democrata, votou contra.
O programa de escutas foi implantado em segredo por Bush logo após o 11 de Setembro e revelado pelo "The New York Times" em 2005. Em sua versão original, ele violava a Lei de Vigilância Exterior (FISA, na sigla em inglês), de 1978, ao permitir escutas por ordem presidencial, que só posteriormente eram endossadas por tribunais especiais.
Daí a garantia de imunidade dada ontem às telefônicas que participaram do programa e que eram alvo de dezenas de ações judiciais bilionárias. A pedido da Casa Branca, a nova versão da FISA aprovada pelo Congresso inclui tecnologias de comunicação não-disponíveis em1978, como celulares e internet. Embora o alvo da leu sejam estrangeiros suspeitos, americanos que se comunicam com eles também são atingidos pela espionagem.
A vitória de Bush se deu com o apoio de 21 senadores democratas e 47 republicanos. John McCain, o virtual candidato presidencial republicano, não estava em plenário, mas teria votado "sim".


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