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Congresso dá vitória a Bush em grampo telefônico
DO "NEW YORK TIMES"
O Senado americano aprovou ontem, por 69 votos a 28, a
ampliação dos poderes de espionagem do governo e a imunidade às empresas de telefonia que, em nome de operações
de combate ao terrorismo, participaram de escutas telefônicas dentro dos EUA sem autorização judicial prévia.
A votação foi a maior vitória
do presidente republicano
George W. Bush num Congresso dominado pelos democratas.
O episódio também colocou
em situação frágil o senador democrata Barack Obama, pré-candidato presidencial. Ele votou a favor do projeto do governo. Há dois anos e meio, quando a questão foi objeto de uma
ampla discussão na mídia americana, ele se alinhou aos grupos de defesa dos direitos civis
e se opunha a essa intromissão
do Estado na vida dos cidadãos.
Seu voto de ontem é considerado pelos grupos de direitos
civis como uma "capitulação"
às pressões da Casa Branca
num ano eleitoral. A senadora
Hillary Clinton, também democrata, votou contra.
O programa de escutas foi
implantado em segredo por
Bush logo após o 11 de Setembro e revelado pelo "The New
York Times" em 2005. Em sua
versão original, ele violava a Lei
de Vigilância Exterior (FISA,
na sigla em inglês), de 1978, ao
permitir escutas por ordem
presidencial, que só posteriormente eram endossadas por
tribunais especiais.
Daí a garantia de imunidade
dada ontem às telefônicas que
participaram do programa e
que eram alvo de dezenas de
ações judiciais bilionárias. A
pedido da Casa Branca, a nova
versão da FISA aprovada pelo
Congresso inclui tecnologias
de comunicação não-disponíveis em1978, como celulares e
internet. Embora o alvo da leu
sejam estrangeiros suspeitos,
americanos que se comunicam
com eles também são atingidos
pela espionagem.
A vitória de Bush se deu com
o apoio de 21 senadores democratas e 47 republicanos. John
McCain, o virtual candidato
presidencial republicano, não
estava em plenário, mas teria
votado "sim".
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