São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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KOSOVO
Força de paz apura denúncia de kosovares albaneses de vala comum, que seria a maior até agora
ONU investiga possível massacre de 350

das agências internacionais


A força de paz internacional de Kosovo investiga a existência de uma vala comum que pode conter mais de 350 corpos de kosovares de origem albanesa perto da vila de Ljubenic, no oeste da Província. Os militares suspeitam que a cova seja resultado de um massacre praticado por forças paramilitares iugoslavas.
O local foi isolado para que membros do tribunal criminal da ONU para a ex-Iugoslávia e militares italianos comecem investigações mais detalhadas.
"Há realmente relatos de que nesse local estejam cerca de 350 corpos. Mas, por enquanto, são apenas relatos", afirmou o porta-voz das forças de paz, Jan Joosten.
Confirmada sua existência, seria a maior concentração de corpos já encontrada em uma vala comum na Província desde que as forças de paz entraram em Kosovo, em 12 de junho.
Habitantes da região disseram a jornalistas internacionais que paramilitares iugoslavos iniciaram massacres na vila no dia 1º de abril. Quem tentava fugir era perseguido pelas montanhas.
Maxhun Ymeri, 57, disse que sobreviveu ao assassinato de um grupo de homens que fora separado de suas famílias. Mesmo ferido, ele teria conseguido chegar a Montenegro, República que, com a Sérvia, forma a Iugoslávia.
Segundo Ymeri, vários corpos ainda poderiam ser achados nas montanhas, onde os que fugiram dos massacres teriam sido perseguidos pelos paramilitares.
O tribunal da ONU listou seis valas comuns de Kosovo no indiciamento do presidente Slobodan Milosevic e de quatro altas autoridades iugoslavas por crimes contra a humanidade.

Protestos
O líder da oposição e chefe do Partido Democrático, Zoran Djindjic, afirmou que pretende organizar protestos contra o presidente Milosevic nas maiores cidades da Sérvia "todo dia, nos próximos 15 a 20 dias".
"Em meados de agosto deveremos promover o maior protesto de todos, em Belgrado."


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