São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÁSIA

Extremistas atiram granadas em hospital missionário, na segunda ação do gênero em uma semana

Novo ataque a alvo cristão mata 3 no Paquistão

Reuters
Homem observa interior de capela após ataque do lado de fora


DA REUTERS

Três enfermeiras paquistanesas morreram ontem quando extremistas jogaram duas granadas em mulheres que saíam da capela de um hospital missionário, no segundo ataque a um alvo cristão no Paquistão em uma semana.
Médicos afirmaram que 23 pessoas, a maioria delas enfermeiras, ficaram feridas, duas gravemente.
Segundo a polícia, três homens jogaram granadas às 7h15 (22h45 de anteontem em Brasília) diante da capela em Taxila, a 20 km de Islamabad. Um deles morreu.
Extremistas islâmicos, irritados com o apoio do presidente Pervez Musharraf à "guerra ao terror" liderada pelos EUA, intensificaram os ataques a alvos estrangeiros e cristãos no Paquistão no último ano, matando dezenas de pessoas.
A maioria das vítimas é paquistanesa, mas incluem 11 engenheiros franceses e a mulher e a filha de um diplomata americano.
Para o ministro da Informação paquistanês, Nisar Memon, o ataque foi "uma tentativa sinistra de criar um abismo entre as comunidades cristã e muçulmana".
A ex-premiê Benazir Bhutto, inimiga de Musharraf, que está proibida de disputar as eleições de outubro, afirmou que os militares do governo estavam "perdendo o controle" da lei e da ordem.
O ministro para Questões de Minorias do Paquistão, S.K. Tressler, um cristão, disse que um dos extremistas foi morto por um de seus cúmplices após ser pego por um funcionário do hospital, possivelmente para evitar que ele revelasse a identidade do grupo.
Tressler acrescentou que a polícia estava investigando semelhanças entre o ataque de Taxila e o de segunda-feira em Murree, no qual três supostos extremistas islâmicos invadiram uma escola para filhos de missionários estrangeiros e mataram seis paquistaneses.
Segundo a polícia, os três se explodiram depois de serem parados pela polícia na parte da Caxemira controlada pelo Paquistão.
Nenhum ocidental estava no hospital na hora do ataque.
Alexander John Malik, bispo de Lahore, disse que novas medidas de segurança seriam estudadas.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido condenou fortemente o atentado. "Ataques inspirados pelo ódio religioso são particularmente abomináveis."
Acredita-se que os responsáveis pelos ataques no Paquistão tenham ligações com grupos armados separatistas combatendo contra a Índia na Caxemira.
Religiosos não muçulmanos, incluindo cristãos e hindus, representam cerca de 3% dos 140 milhões de paquistaneses.



Texto Anterior: Ilha de Ibiza tem a praia mais lotada da Europa
Próximo Texto: Guerra sem limites: Explosão em empresa mata 25 no Afeganistão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.