UOL


São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Israel culpa Arafat por terror e fiasco de plano

DA REDAÇÃO

Os atentados suicidas ontem em Israel demonstram a incapacidade dos palestinos de respeitar o novo plano de paz para a região, segundo um porta-voz do premiê israelense, Ariel Sharon.
"Israel alertou insistentemente que o fracasso dos palestinos em desmantelar a infra-estrutura do terrorismo em sua área de jurisdição levaria inevitavelmente a ataques desse tipo, e Israel agora fará o que for necessário", afirmou o porta-voz Dore Gold.
O novo plano de paz, formulado por EUA, União Européia, Rússia e ONU e lançado em 4 de junho último, exige o fim da violência e prevê um Estado palestino em 2005. "Fundamentalmente, a Autoridade Nacional Palestina [ANP] fracassou totalmente na manutenção de seus compromissos", disse Gold, de Nova Déli, onde acompanha Sharon na primeira visita de um chefe de governo de Israel à Índia.
Gold culpou o presidente da ANP, Iasser Arafat, pela violência, mas não elaborou que medidas Israel tomará em relação aos ataques de ontem. O gabinete israelense reuniu-se de forma emergencial para avaliar o que fazer.
Israel já havia declarado uma "guerra total" ao Hamas, responsável por centenas de mortes de civis israelenses em atentados suicidas. Sharon, no domingo, disse que os membros do grupo terrorista -que defende o fim de Israel e a criação de um Estado islâmico na região- estavam "marcados para morrer".
Desde um atentado do Hamas em Jerusalém, em 19 de agosto, que encerrou a trégua obtida com o novo plano de paz, Israel matou mais de dez membros do Hamas. No sábado, tentou matar o maior líder do grupo, o xeque Ahmed Yassin, que saiu levemente ferido.
Entre as opções de reação de Israel estariam uma grande invasão de Gaza, base do Hamas, em busca de seus líderes e infra-estrutura, uma intensificação das operações de comando atuais e mesmo a expulsão de Arafat, confinado em seu QG semidestruído em Ramallah (Cisjordânia) há meses.
A cada atentado, os líderes israelenses aumentam o tom das acusações contra Arafat. Após o afastarem das negociações de paz, acusando-o de tolerar ou incentivar o terrorismo, Israel e EUA o acusam de agir contra o novo plano de paz. Mas analistas crêem que sua expulsão possa aumentar sua popularidade e o terrorismo.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Oriente Médio: Suicidas palestinos matam 13 em Israel
Próximo Texto: Korei pede fim de violência e recusa ordens
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.