UOL


São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Texto Anterior | Índice

VENEZUELA

Governo e mídia privada vivem intenso conflito

Decreto do presidente Chávez cria empresa estatal de comunicações

DA REUTERS

O governo venezuelano, que acusa os meios de comunicação privados do país de praticarem "terrorismo de mídia" contra o presidente Hugo Chávez, criou uma empresa de telecomunicações estatal para oferecer serviços na área e possivelmente lançar um novo canal de TV público.
O decreto que criou a Corporação Venezuelana de Telecomunicações (Covetel), cujo único acionista será o Estado venezuelano, foi assinado por Chávez e publicado no Diário Oficial do país.
Segundo o decreto, a tarefa da nova empresa será garantir o acesso aberto aos serviços de telecomunicação "para promover a democracia e a participação popular na área de informação".
A iniciativa parece ter o objetivo de reduzir o domínio privado no setor de comunicações, desestatizado em 1991. Segundo o ministro da Informação e das Comunicações, Jesse Chacon, a Covetel estudará a possibilidade de criar um "canal de televisão cultural".
O Estado venezuelano já tem um canal de TV, mas Chávez reclama com frequência do domínio do setor pelas quatro principais emissoras -Globovisión, Venevisión, RCTV e Televen-, apelidadas por ele de "os quatro cavaleiros do Apocalipse", devido às críticas acirradas -e, segundo o governo, desequilibradas- à sua administração.
Chávez acusa as TVs e alguns jornais venezuelanos de praticarem "terrorismo de mídia" contra sua "revolução bolivariana" e de envolvimento no golpe fracassado contra ele em 2002.
Já os críticos de Chávez, que querem tirá-lo do poder por meio de um referendo, o acusam de agir de forma autoritária e sustentam que seu conflito com a mídia ameaça a liberdade de imprensa.
A nova empresa estatal também poderá oferecer serviços de telefone e de Internet.


Texto Anterior: Chile: Simpatizantes de Pinochet reclamam do culto a Allende
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.