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VENEZUELA
Governo e mídia privada vivem intenso conflito
Decreto do presidente Chávez cria empresa estatal de comunicações
DA REUTERS
O governo venezuelano, que
acusa os meios de comunicação
privados do país de praticarem
"terrorismo de mídia" contra o
presidente Hugo Chávez, criou
uma empresa de telecomunicações estatal para oferecer serviços
na área e possivelmente lançar
um novo canal de TV público.
O decreto que criou a Corporação Venezuelana de Telecomunicações (Covetel), cujo único acionista será o Estado venezuelano,
foi assinado por Chávez e publicado no Diário Oficial do país.
Segundo o decreto, a tarefa da
nova empresa será garantir o
acesso aberto aos serviços de telecomunicação "para promover a
democracia e a participação popular na área de informação".
A iniciativa parece ter o objetivo
de reduzir o domínio privado no
setor de comunicações, desestatizado em 1991. Segundo o ministro
da Informação e das Comunicações, Jesse Chacon, a Covetel estudará a possibilidade de criar um
"canal de televisão cultural".
O Estado venezuelano já tem
um canal de TV, mas Chávez reclama com frequência do domínio do setor pelas quatro principais emissoras -Globovisión,
Venevisión, RCTV e Televen-,
apelidadas por ele de "os quatro
cavaleiros do Apocalipse", devido
às críticas acirradas -e, segundo
o governo, desequilibradas- à
sua administração.
Chávez acusa as TVs e alguns
jornais venezuelanos de praticarem "terrorismo de mídia" contra
sua "revolução bolivariana" e de
envolvimento no golpe fracassado contra ele em 2002.
Já os críticos de Chávez, que
querem tirá-lo do poder por meio
de um referendo, o acusam de
agir de forma autoritária e sustentam que seu conflito com a mídia
ameaça a liberdade de imprensa.
A nova empresa estatal também
poderá oferecer serviços de telefone e de Internet.
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