São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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Espião que enganou países ocidentais por 30 anos morre em Berlim

Jan Bauer - 23.mai.1995/Associated Press
O espião Markus Wolf na antiga divisa das Alemanhas


DA REDAÇÃO

O mais famoso espião da antiga República Democrática Alemã, Markus Wolf, morreu ontem em Berlim, aos 83 anos. Figura lendária e de grande influência na época da Guerra Fria, Wolf comandou de 1958 a 1987 os 4.000 agentes da Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental, considerada a mais eficaz do bloco comunista. Sua morte, em casa, ocorreu no 17º aniversário da queda do muro de Berlim.
Wolf ficou conhecido como "o homem sem rosto" porque os serviços secretos ocidentais não conseguiam nem ao menos obter uma imagem sua, e inspirou o escritor John le Carré a criar o personagem Karla, um espião comunista.
Uma das operações mais célebres conduzidas por Wolf foi a infiltração de um agente como assessor do então chanceler da Alemanha Ocidental Willy Brandt -o caso forçou o chanceler a renunciar, em 1974. O êxito das suas ações na República Federal da Alemanha, graças a uma ampla rede de escuta e centenas de agentes infiltrados -incluindo várias mulheres-, levava aliados ocidentais a temerem transmitir informações ao governo.
Após a queda do muro, Wolf foi condenado a seis anos de prisão, por alta traição, mas não chegou a cumprir pena, porque a Justiça concluiu que os ex-espiões não podiam ser julgados por agirem a mando do Estado.


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