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TRÂNSITO
França estuda confiscar carro de infrator
JOHN LICHFIELD
DO "THE INDEPENDENT", EM PARIS
Várias propostas novas e draconianas visando a reduzir o grande
número de mortes que ocorre nas
estradas francesas incluem a idéia
de que os infratores graves ou
reincidentes tenham seus veículos confiscados.
O governo francês também pretende reduzir o limite de álcool
considerado aceitável para ser
consumido por motoristas e, o
que talvez seja mais significativo,
implementar sistematicamente,
pela primeira vez, os limites de velocidade previstos em lei.
A morte, na semana passada, de
cinco bombeiros voluntários
atingidos por um carro que andava a 150 km/h enquanto eles socorriam as vítimas de um acidente automotivo de rotina numa estrada perto de Lyon gerou um crise nacional de consciência em torno do alto nível de mortes nas estradas francesas.
Em declaração feita perante o
Parlamento, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, descreveu o
motorista como "assassino".
O número oficial se aproxima
de 8.000 mortes por ano, ou seja,
uma média de mais de 20 por dia.
É mais do que o dobro do índice
no Reino Unido, que tem mais ou
menos a mesma população de habitantes e carros.
Uma reunião interministerial
especial terá lugar no dia 18 para
analisar novas medidas para aumentar a segurança das estradas.
A reunião faz parte da revisão da
legislação exigida pelo presidente
Jacques Chirac, que declarou que
a redução das mortes nas estradas
é uma das prioridades de seu segundo mandato.
Radares
Sarkozy anunciou a intenção
de, pela primeira vez nas rodovias
franceses, instalar radares para fazer a verificação sistemática e frequente da velocidade dos veículos.
Os setores que fazem campanha
pela segurança nas estradas se
queixam há anos de que as normas de trânsito quase não são implementadas nas rodovias francesas.
Eles saudaram o anúncio feito
por Sarkozy sobre os radares, mas
observaram que mais de 70% das
mortes acontecem em estradas
rurais relativamente pequenas.
Na reunião interministerial
também serão analisados planos
para reduzir o limite de álcool que
os motoristas são autorizados a
consumir antes de dirigir -o limite francês já está entre os menores da União Européia- e para introduzir novas penalidades,
incluindo o confisco dos veículos
de motoristas infratores reincidentes ou que tenham provocado
mortes.
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