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Governador é unanimidade em rejeição pelos mexicanos
DO ENVIADO A OAXACA
É difícil encontrar em Oaxaca alguém que defenda a permanência do governador Ulises
Ruiz, 48, no cargo -da direita à
esquerda, da Igreja Católica ao
Congresso nacional, todos já
disseram que a crise no Estado
só diminuirá com a sua renúncia. Mas ele já disse que não
pensa em renunciar.
Governador desde 2004, ex-deputado e senador que não teve atuação destacada no Congresso, Ruiz se tornou uma figura importante na maquinária
do PRI, o partido que governou
o México ininterruptamente
entre 1929 e 2000 e que governa Oaxaca há 77 anos.
Colegas do PRI o descrevem
como um "mapache", título dos
operadores políticos que garantiam vitórias ao estilo PRI.
No jargão mexicano, são os que
sabem "engravidar urnas" (fazer os cem votos de uma urna
virarem mil, por exemplo).
Ao ajudar a eleger governadores de seu partido em Estados poderosos, Ruiz tem defensores em altos cargos do país,
atuando nos bastidores. Em
Oaxaca, controla a Prefeitura
da capital, a Justiça e a Assembléia Legislativa.
O presidente Felipe Calderón, que tomou posse no último
dia 1º, ainda não fez nenhuma
declaração sobre Ruiz - para
muitos analistas políticos, talvez seja o preço para conseguir
o apoio do PRI no Congresso.
Enquanto a capital do Estado
era tomada por protestos, Ruiz
foi morar na Cidade do México.
Mesmo sendo um "especialista em vitórias", ele ganhou
por apenas dois pontos percentuais em 2004, contra uma coligação que unia o PAN de Calderón, o PRD e todos os outros
partidos. Acusado de fraude,
inventou uma maneira discutível para fugir dos protestos que
se seguiram à sua vitória: instalou a sede do governo em um
quartel policial a 30 minutos da
capital e transferiu a Assembléia Legislativa, para a qual foi
construída uma nova sede no
meio de um enorme milharal.
Mas entre julho e outubro,
seus refúgios foram invadidos e
ocupados pela APPO.
(RJL)
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