|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Incêndio em clínica de Moscou foi criminoso
No pior episódio em 30 anos, 45 mulheres morreram sufocadas por descaso
Ministro de Emergências havia pedido o fechamento do estabelecimento por violações à segurança em março, mas Justiça negou
Sergei Karpukhin/Reuters
|
Funcionária chora diante de clínica de desintoxicação onde morreram 45 mulheres, em Moscou |
DA REDAÇÃO
O incêndio ocorrido anteontem em uma clínica de desintoxicação de Moscou que matou
45 mulheres -43 pacientes e
duas funcionárias- foi criminoso, afirmaram autoridades
russas.
Além disso, o estabelecimento não cumpria as normas mínimas de segurança e houve negligência dos funcionários no
episódio. Considerando-se o
número de vítimas, foi o pior
incêndio a ocorrer na capital
em três décadas.
O prefeito de Moscou, Yuri
Luzhkov, classificou o incidente de "tragédia". Em entrevista
à rede NTV, afirmou que "não
havia nada que pudesse dar início ao incêndio sozinho. Ele foi
"ou intencional" -pelo prêmio
do seguro- "ou ocorreu devido
a negligência, pelo uso de materiais altamente inflamáveis".
Já o chefe dos bombeiros da
capital, Yuri Nenashev, disse
haver "90% de certeza de que o
incêndio foi criminoso".
O que tem levado as autoridades a defenderem essa hipótese foi o local em que começou: em um armário de madeira na cozinha, ao final de um
corredor no segundo andar.
Grades nas janelas
Segundo a psicóloga da clínica, Olga Rudakova, a maior parte das pacientes era de mulheres portadoras do vírus HIV e
com menos de 35 anos. Também havia várias pacientes com
distúrbios psicológicos.
"As luzes se apagaram, e o pânico começou. Todo mundo
poderia ter deixado o prédio,
pois não havia nenhum paciente que não pudesse andar", disse Rudakova.
Segundo o porta-voz do Ministério de Emergências, Yevgeny Bobylov, "havia grades
nas janelas" -o que é irregular-, "e os funcionários não as
abriram, de modo a permitir a
fuga das pacientes. Como resultado, as pessoas, ficaram presas
em uma armadilha". Os vidros
das janelas estavam quebrados,
mas as grandes permaneceram
intactas, segundo afirmaram as
equipes de emergência.
Além disso, disse Bobylov, a
equipe do hospital só chamou
os serviços de emergência 30
minutos após o incêndio ter começado. Isso permitiu que a fumaça se espalhasse, levando as
pessoas à morte por inalação de
fumaça.
"A julgar pela posição dos
corpos, as pessoas tentaram escapar, mas só havia uma saída
de incêndio disponível", afirmou o ministro interino de
Emergências, Alexander Chupriyan. Segundo ele, "os funcionários não tomaram nenhuma
medida para o resgate dos pacientes. Quando se deram conta do incêndio, eles simplesmente deixaram o prédio".
Chupriyan afirmou que, em
março passado, já havia pedido
à Justiça o fechamento do estabelecimento por violações à segurança -como grades nas janelas e escadarias-, mas, disse,
seu pedido foi negado.
A Promotoria abriu investigação para analisar outras hipóteses para o episódio.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Pacto atômico: Senado dos EUA aprova acordo com a Índia Próximo Texto: Frases Índice
|