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Pesquisa concede ampla vantagem a oposicionista
DO ENVIADO A SANTIAGO
Pesquisa de intenção de voto
divulgada ontem no Chile confirma o cenário de dificuldades
para o senador e ex-presidente
Eduardo Frei (1994-1999), candidato à Presidência da Concertação, a coalizão de centro-esquerda que governa o país há
20 anos.
Segundo previsão do Cerc
(Centro de Estudos da Realidade Contemporânea), o empresário de centro-direita Sebastián Piñera obteria 44% no primeiro turno, seguido por Frei,
com 31%, e pelo deputado independente Marco Enríquez-Ominami, com 17,7%.
Os números são uma estimativa do instituto, a partir de
perguntas diversas sobre a eleição presidencial. A pesquisa
ouviu 1.200 pessoas entre os últimos dias 24 e 5.
Em um eventual segundo
turno entre Piñera e Frei, a pesquisa apontou 49% de intenções de voto ao candidato da direita, contra 32% de Frei. Em
um cenário de Piñera contra
Ominami, o empresário venceria com 47% dos votos, contra
35% do deputado.
A pesquisa do Cerc repete o
padrão dos últimos levantamentos de outros institutos e
não apresenta grandes variações nas performances dos
candidatos. Pesquisa de outubro do CEP (Centro de Estudos
Públicos), um dos mais respeitados do país, deu 36% a Piñera
no primeiro turno, ante 24% de
Frei e 22% de Ominami.
Sem transferência
A pesquisa Cerc também
confirma o alto nível de aprovação -75%- à gestão da presidente Michelle Bachelet e a dificuldade da mandatária em
transformar sua popularidade
em votos a Frei.
"Frei está confuso. Após um
começo mais independente do
governo, reforça agora que é a
continuidade de Bachelet, de
olho na alta popularidade da
presidente, o que é um erro",
disse à Folha o diretor do Cerc,
Carlos Huneeus.
A reta final da eleição no Chile é marcada pelo envolvimento maior do governo na campanha de Frei. Membros do gabinete tomaram poder de assessores de Frei, em esforço para
evitar o naufrágio da candidatura -até a mãe de Bachelet, a
respeitada antropóloga Ángela
Jeria, entrou na campanha.
A vitória de Piñera no segundo turno, contudo, é ameaçada
por uma possível aglutinação
dos candidatos de esquerda
-que vai ao primeiro turno dividida em três candidaturas.
"Para vencer, Piñera tem de
manter o que já possui e recuperar o voto de direita mais pinochetista que está votando no
primeiro turno por Ominami,
que tem discurso contra os políticos e os partidos, tradicional
da direita", diz Huneeus.
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