São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Pesquisa concede ampla vantagem a oposicionista

DO ENVIADO A SANTIAGO

Pesquisa de intenção de voto divulgada ontem no Chile confirma o cenário de dificuldades para o senador e ex-presidente Eduardo Frei (1994-1999), candidato à Presidência da Concertação, a coalizão de centro-esquerda que governa o país há 20 anos.
Segundo previsão do Cerc (Centro de Estudos da Realidade Contemporânea), o empresário de centro-direita Sebastián Piñera obteria 44% no primeiro turno, seguido por Frei, com 31%, e pelo deputado independente Marco Enríquez-Ominami, com 17,7%.
Os números são uma estimativa do instituto, a partir de perguntas diversas sobre a eleição presidencial. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas entre os últimos dias 24 e 5.
Em um eventual segundo turno entre Piñera e Frei, a pesquisa apontou 49% de intenções de voto ao candidato da direita, contra 32% de Frei. Em um cenário de Piñera contra Ominami, o empresário venceria com 47% dos votos, contra 35% do deputado.
A pesquisa do Cerc repete o padrão dos últimos levantamentos de outros institutos e não apresenta grandes variações nas performances dos candidatos. Pesquisa de outubro do CEP (Centro de Estudos Públicos), um dos mais respeitados do país, deu 36% a Piñera no primeiro turno, ante 24% de Frei e 22% de Ominami.

Sem transferência
A pesquisa Cerc também confirma o alto nível de aprovação -75%- à gestão da presidente Michelle Bachelet e a dificuldade da mandatária em transformar sua popularidade em votos a Frei.
"Frei está confuso. Após um começo mais independente do governo, reforça agora que é a continuidade de Bachelet, de olho na alta popularidade da presidente, o que é um erro", disse à Folha o diretor do Cerc, Carlos Huneeus.
A reta final da eleição no Chile é marcada pelo envolvimento maior do governo na campanha de Frei. Membros do gabinete tomaram poder de assessores de Frei, em esforço para evitar o naufrágio da candidatura -até a mãe de Bachelet, a respeitada antropóloga Ángela Jeria, entrou na campanha.
A vitória de Piñera no segundo turno, contudo, é ameaçada por uma possível aglutinação dos candidatos de esquerda -que vai ao primeiro turno dividida em três candidaturas.
"Para vencer, Piñera tem de manter o que já possui e recuperar o voto de direita mais pinochetista que está votando no primeiro turno por Ominami, que tem discurso contra os políticos e os partidos, tradicional da direita", diz Huneeus.


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