São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Governo somali quer ofensivas terrestres americanas no país

DA REDAÇÃO

O vice-premiê somali, Hussein Aideed, afirmou que membros da Al Qaeda só serão capturados no país se as forças especiais norte-americanas entrarem na Somália por terra.
"Até onde sabemos, eles ainda não estão no terreno, mas é apenas uma questão de tempo", disse Aideed.
O governo provisório da Somália foi reinstalado no poder no início do mês, graças à ajuda de tropas da vizinha Etiópia, que invadiram o país com apoio dos Estados Unidos.
Anteontem, os EUA admitiram a realização da primeira ofensiva militar na Somália desde 1994 -que aconteceu entre domingo e segunda-feira. O ataque, porém, foi aéreo.
Washington acusa os milicianos somalis dos Tribunais Islâmicos, que controlavam a maior parte do país até a invasão etíope, de abrigarem dirigentes e membros da Al Qaeda na fronteira com o Quênia.
A Liga Árabe afirmou que os EUA realizaram novos ataques aéreos ontem, que mataram "muitas vítimas inocentes". Segundo o "New York Times", residentes da área confirmaram a morte de dezenas de civis causada pelos bombardeios.
Entretanto, o governo dos EUA negou a nova ofensiva e afirmou que os bombardeios mataram somente terroristas. Segundo porta-vozes, entre cinco e dez pessoas suspeitas de terem ligação com a Al Qaeda foram mortas.
Abdul Rashid Hidig, membro do Parlamento de transição da Somália, visitou a região atingida pelos bombardeios e afirmou que dois civis morreram.
Membros dos Tribunais Islâmicos disseram que o número de vítimas é bem maior -incluindo "muitas crianças".
Segundo o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, dos 20 integrantes do alto escalão dos Tribunais Islâmicos procurados pela Etiópia e pelos EUA, oito foram mortos, cinco foram feridos e estão em poder dos etíopes e sete escaparam após a ofensiva aérea.
Um membro do governo somali afirmou que um dos supostos mortos é Fazu Abdullah Mohammed, suspeito de ter planejado o ataque às embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, que mataram 225 pessoas em 1998.
Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu a retirada de todas as tropas estrangeiras da Somália.


Com agências internacionais

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