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AMÉRICA LATINA
Presidente do Congresso oferece renúncia
Senado paraguaio vota hoje pedido de impeachment do presidente
DA REDAÇÃO
O presidente do Congresso paraguaio, Juan Carlos Galaverna,
afirmou ontem que aceita renunciar ao seu cargo se o Senado
aprovar hoje o pedido de impeachment do presidente da República, Luis González Macchi.
O nome de Galaverna, primeiro
na linha sucessória de Macchi, enfrenta fortes resistências entre os
líderes políticos paraguaios, o que
muitos analistas políticos apontavam como um fator a favor da absolvição do presidente.
O pedido de impeachment,
aprovado em dezembro na Câmara dos Deputados, deve ser votado hoje de manhã pelo Senado.
González Macchi é acusado de
corrupção e mau desempenho
das funções.
Segundo Galaverna, que pertence à mesma agremiação política (Partido Colorado) que o presidente, sua renúncia permitiria ao
Congresso escolher um substituto
para o presidente entre outros
cinco nomes. Para aprovar o impeachment, são necessários os
votos de pelo menos 30 dos 44 senadores. Galaverna disse que há
mais que os 30 votos necessários
para o afastamento.
No último fim de semana, teriam crescido as articulações políticas para absolver o presidente,
cujo mandato termina oficialmente no dia 15 de agosto. González Macchi já declarou, porém,
que aceita entregar o posto logo
após as eleições presidenciais de
27 de abril, o que indicaria uma
possível tentativa de acordo para
evitar sua destituição.
Um dos principais articuladores em favor da absolvição de
González Macchi é o presidente
do Partido Colorado, Nicanor
Duarte Frutos, candidato à Presidência. Vários senadores declararam o voto contra o impeachment após se encontrar com ele.
Apesar de ser um desafeto do
presidente e de ter feito declarações contrárias a ele, Duarte Frutos teria agido por temer um desgaste à sua candidatura se algum
membro de seu grupo político
-como Galaverna- assumisse
o poder faltando menos de três
meses para a eleição.
O presidente é acusado, entre
outras coisas, pelo uso de um
BMW roubado no Brasil, pelo
desvio de US$ 16 milhões de dois
bancos em liquidação para uma
conta no exterior de uma fundação presidida por sua irmã e pelo
espancamento de dois membros
do partido esquerdista Patria Libre, em janeiro do ano passado.
Osvaldo Bergonzi, advogado de
defesa de González Macchi, nega
sua responsabilidade nos casos e
diz que uma eventual aprovação
do impeachment poderia provocar "um absurdo jurídico" se a
Justiça o absolver mais tarde.
"Até agora os acusadores não
apresentaram uma única prova
que comprometa o presidente",
afirmou Bergonzi à Folha.
Analistas políticos paraguaios
consideram pouco provável a
destituição de Macchi, por causa
do curto espaço de tempo até a
eleição presidencial, o que poderia trazer mais prejuízos do que
vantagens para seus adversários.
Com agências internacionais
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