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ELEIÇÃO NOS EUA
Conquistas em Tennessee e Virgínia são importantes por mostrarem viabilidade do candidato no sul do país
Kerry vence mais 2 prévias, diz boca-de-urna
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL À VIRGÍNIA
De acordo com pesquisas de boca-de-urna, o pré-candidato John
Kerry venceu ontem as primárias
democratas no Tennessee e na
Virgínia, Estados onde esperava
confirmar pela primeira vez seu
favoritismo também no sul dos
Estados Unidos.
No Tennessee, a pesquisa apontou que o senador por Massachusetts teve 46% dos votos, contra
28% para John Edwards, 15% para Wesley Clark e 7% para Howard Dean. Na Virgínia, a pesquisa de boca-de-urna deu Kerry
com 48%, Edwards com 25%,
Clark com 11% e Dean com 8%.
Das 14 prévias eleitorais realizadas até agora, Kerry venceu 12.
Questionado ontem se os seus
adversários de partido deveriam
abandonar a disputa caso vencesse nos dois Estados, Kerry afirmou: "Essa é uma decisão que cada um deve tomar segundo suas
próprias perspectivas", disse o senador, cuja candidatura aparenta
crescer tanto entre os democratas
como nas projeções para a disputa contra o presidente George W.
Bush, em novembro.
Hostilidade no sul
A cúpula do Partido Democrata
considera fundamental ter um
candidato de forte aceitação popular no sul, região que tradicionalmente prefere o Partido Republicano, de Bush.
Na eleição de 2000, os democratas foram derrotados pelos republicanos tanto no Tennessee
quanto na Virgínia. Perderam
também no Mississipi, na Geórgia, no Alabama, em Louisiana e
na Flórida.
O então candidato democrata,
Al Gore, foi derrotado por uma
diferença de quatro pontos (51% a
47%) até mesmo em seu Estado
natal, o Tennessee, e por oito pontos (52% a 44%) na Virgínia.
Nos últimos anos, e especialmente em 2004, os republicanos
vêm realizando fortes campanhas
de registro de eleitores no sul dos
EUA para sedimentar o favoritismo do partido na região.
Edwards, senador pela Carolina
do Norte que venceu a primária
da Carolina do Sul, também vinha
depositando suas esperanças no
Tennessee e na Virgínia para reforçar sua penetração no sul.
Assim como Edwards, o general
reformado Wesley Clark, que
aparecia em terceiro ontem, dependia muito de um bom resultado nos dois Estados do sul para
manter-se na disputa.
Sobre as chances de Clark, o
presidente do Partido Democrata
na Virgínia, Kerry Donley, chegou a declarar que o general deveria abandonar a corrida caso não
chegasse em primeiro lugar em
pelo menos um dos dois Estados
que votaram ontem.
Nos últimos dias, Clark gastou
no Tennessee cerca de US$ 1,3 milhão, boa parte do restou de seus
fundos de campanha.
As apostas de Dean
Howard Dean, ex-favorito à indicação democrata para disputar
a Presidência, praticamente abandonou a campanha no Tennessee
e na Virgínia para se concentrar
em Wisconsin. Ele aparecia em
quarto lugar nas pesquisas.
Anteontem, Dean disse ter voltado atrás na decisão de abandonar sua candidatura caso perdesse em Wisconsin. "Sei que é uma
contradição óbvia em relação ao
que havia prometido. Mas mudei
de opinião", disse.
Dean teria reconsiderado sua
decisão depois de fazer um apelo
a seus eleitores na semana passada, quando pediu um mínimo de
US$ 50 para cada um e esperava
arrecadar cerca de US$ 750 mil
para as primárias de Wisconsin.
Nesta semana, Dean teria arrecadado mais de US$ 1,1 milhão.
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