Presidente russo defende venda de armas a Teerã

DA REDAÇÃO

Num dos mais fortes ataques a Washington desde que assumiu o poder, em 2000, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que o unilateralismo americano tornou o mundo menos seguro que na Guerra Fria e deflagrou uma corrida armamentista nuclear.
"Estamos testemunhando um hiperuso quase incontido da força nas relações internacionais", disse Putin, diante de ministros das Relações Exteriores e Defesa de vários países, em uma conferência sobre segurança realizada em Munique, na Alemanha.
Entre os participantes estava o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
Segundo Putin, os EUA ultrapassaram "de todo jeito" seu papel e suas fronteiras, estimulando países menores a buscar armas atômicas. "Ninguém mais se sente seguro, porque ninguém pode se proteger atrás do muro de pedra do direito internacional", disse.
Putin também manifestou preocupação com o plano dos EUA de instalar um sistema antimísseis na Polônia e na República Tcheca e voltou a criticar a ampliação da Otan para o Leste Europeu, gestos que "reduzem a confiança mútua".
Disse ainda que a Rússia manterá uma política externa "independente", que inclui a venda de armas ao Irã como forma de evitar o isolamento da república islâmica.