São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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Biden apoia diálogo com "Taleban moderado"

DA REDAÇÃO

Negociar com setores "moderados" do grupo fundamentalista Taleban e tentar envolvê-los no governo de um Afeganistão "seguro e estável" vale a pena, afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden, reforçando, em encontro da Otan (aliança militar ocidental), a estratégia defendida pelo presidente Barack Obama em entrevista ao "New York Times".
A maioria dos membros do Taleban não aderiu à insurgência por ideologia, disse Biden, citando estimativa do enviado especial dos EUA à região, Richard Holbrooke, de que só 5% dos combatentes seriam "irrecuperáveis". Para Holbrooke, 70% estão no grupo por dinheiro e há dúvidas sobre o compromisso ideológico de 25%.
O Taleban tomou o poder no Afeganistão em 1996, vitorioso na guerra civil entre grupos islâmicos que se seguiu à retirada soviética, em 1989.
Derrubado pela invasão americana de 2001, quando foi acusado de dar abrigo a Osama Bin Laden, o grupo reagiu com ironia à intenção de Obama. Disse que ela é "ilógica". "Eu lá sei por que estão falando em "moderados" e o que isso significa?", disse Qari Mohammad Yousuf, um dos porta-vozes do Taleban, à agência Reuters. "Se estão falando sobre aqueles que estão sentados em casa e não lutando, alinhar-se a eles não representará nada."
A apelo aos "moderados" é parte de uma estratégia de aliança com líderes tribais que controlam a porosa região da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, base de operações do Taleban e da Al Qaeda.
A tribo Mamoond, mais numerosa da região de Bajaur, no cinturão tribal paquistanês, concordou anteontem em entregar líderes do Taleban e impedir a presença de insurgentes estrangeiros. O pacto com o governo prevê a anistia de alguns combatentes, a maioria membros da própria tribo.
Pacificar a zona fronteiriça é crucial para a estabilidade afegã. Os confrontos com tropas ocidentais levam radicais a se refugiar no lado paquistanês.

Posição iraniana
Convidado a enviar representante para a cúpula sobre o Afeganistão marcada para 31 de março, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, criticou o radicalismo religioso, em encontro com presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.
Khamenei citou os extremistas como causa da instabilidade na Ásia Central, mas ressalvou que "a disseminação de costumes e ideias americanas multiplica os problemas regionais". O Irã, de maioria xiita, sempre foi contrário ao fundamentalismo sunita do Taleban.

Com agências internacionais


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