|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Biden apoia diálogo com "Taleban moderado"
DA REDAÇÃO
Negociar com setores "moderados" do grupo fundamentalista Taleban e tentar envolvê-los no governo de um Afeganistão "seguro e estável" vale a
pena, afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden, reforçando, em encontro da Otan
(aliança militar ocidental), a estratégia defendida pelo presidente Barack Obama em entrevista ao "New York Times".
A maioria dos membros do
Taleban não aderiu à insurgência por ideologia, disse Biden,
citando estimativa do enviado
especial dos EUA à região, Richard Holbrooke, de que só 5%
dos combatentes seriam "irrecuperáveis". Para Holbrooke,
70% estão no grupo por dinheiro e há dúvidas sobre o compromisso ideológico de 25%.
O Taleban tomou o poder no
Afeganistão em 1996, vitorioso
na guerra civil entre grupos islâmicos que se seguiu à retirada
soviética, em 1989.
Derrubado pela invasão americana de 2001, quando foi acusado de dar abrigo a Osama Bin
Laden, o grupo reagiu com ironia à intenção de Obama. Disse
que ela é "ilógica". "Eu lá sei por
que estão falando em "moderados" e o que isso significa?", disse Qari Mohammad Yousuf,
um dos porta-vozes do Taleban, à agência Reuters. "Se estão falando sobre aqueles que
estão sentados em casa e não
lutando, alinhar-se a eles não
representará nada."
A apelo aos "moderados" é
parte de uma estratégia de
aliança com líderes tribais que
controlam a porosa região da
fronteira entre Paquistão e Afeganistão, base de operações do
Taleban e da Al Qaeda.
A tribo Mamoond, mais numerosa da região de Bajaur, no
cinturão tribal paquistanês,
concordou anteontem em entregar líderes do Taleban e impedir a presença de insurgentes
estrangeiros. O pacto com o governo prevê a anistia de alguns
combatentes, a maioria membros da própria tribo.
Pacificar a zona fronteiriça é
crucial para a estabilidade afegã. Os confrontos com tropas
ocidentais levam radicais a se
refugiar no lado paquistanês.
Posição iraniana
Convidado a enviar representante para a cúpula sobre o
Afeganistão marcada para 31 de
março, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, criticou o radicalismo religioso, em
encontro com presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.
Khamenei citou os extremistas como causa da instabilidade
na Ásia Central, mas ressalvou
que "a disseminação de costumes e ideias americanas multiplica os problemas regionais".
O Irã, de maioria xiita, sempre
foi contrário ao fundamentalismo sunita do Taleban.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Inteligência: Indicado por Obama desiste de Conselho Próximo Texto: Irã não possui urânio para fazer bomba, diz americano Índice
|