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MISSÃO NO CARIBE
Comandante da ONU no Haiti teme que o país retroceda
TAHIANE STOCHERO
DO AGORA
O descontentamento social e as manifestações violentas dos últimos dias no
Haiti são similares à revolta
em fevereiro de 2004 que
culminou na queda do então
presidente Jean-Bertrand
Aristide, diz o comandante
militar da ONU no país, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Há quatro anos, os EUA intervieram militarmente para
conter a crise, passando após
dois meses o controle do país
à Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti). A diferença
agora, diz Santos Cruz, é que
há menos violência em meio
à população, e as tropas internacionais -7.060 soldados, dos quais 1.200 são brasileiros- estão presentes.
Desde o início das manifestações, na última semana,
cinco pessoas morreram e
mais de 40 ficaram feridas.
Ontem, a situação se apaziguou um pouco, e o comércio
reabriu após três dias.
"Estamos tentando conter
a violência e proteger os lugares importantes, como o
Palácio Nacional, a sede da
Presidência e o Parlamento,
junto com a polícia nacional.
A ONU está trabalhando
com 100% do seu efetivo nas
ruas", diz o general.
Para Santos Cruz, bandidos se aproveitam das manifestações para realizar pilhagens e insuflar a população
contra a presença da ONU.
"São três coisas ao mesmo
tempo: manifestações pacíficas contra a situação extrema de pobreza e o aumento
do custo de vida; protestos
violentos; e a presença de criminosos que aproveitam a
ocasião", diz o comandante.
Cerca de 80% da população
está desempregada e vive
com menos de US$ 2 por dia.
"A solução não é militar, e
sim econômica, social e política. A ONU está fazendo a
sua parte, mas sem desenvolvimento e criação de empregos podemos regredir. Eu
queria uma solução já, mas é
algo sensível, precisamos
agir com cautela", afirma.
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