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FRANÇA
Estratégia visa eleição de junho
Chirac quer urgência em plano de segurança
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
O presidente francês, Jacques
Chirac (centro-direita), reeleito
no último domingo, pediu ontem
no primeiro Conselho de Ministros do novo governo que, "em
dez dias", sejam definidos os
"grandes eixos" de novas leis em
matéria de segurança pública e repressão ao crime no país.
Chirac decidiu presidir ele próprio a próxima reunião do Conselho de Segurança Interna (CSI), a
ser realizada em 15 dias. O CSI foi
implantado pelo ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, que
o comandou durante o seu governo, encerrado na segunda-feira.
A segurança é a prioridade máxima do presidente. Segundo pesquisas, a violência é o problema
que mais preocupa os franceses.
Em 2001, o número de delitos no
país aumentou cerca de 8% -ultrapassando a barreira de 4 milhões de crimes. O número de homicídios, porém, caiu 0,48%
-com 1.046 casos. Dos 2,5 milhões de roubos e assaltos, apenas
9 mil foram feitos à mão armada.
O superministro do Interior, da
Segurança Interior e das Liberdades Locais, Nicolas Sarkozy,
acompanhou anteontem ações da
polícia no centro e na periferia de
Paris, numa ação política de grande impacto midiático.
No tópico "violência", o Brasil
virou contra-exemplo para os
franceses. Segundo o jornal "Le
Parisien", um conselheiro de Chirac (não identificado) teria dito
que "a França não se tornará o
Rio [de Janeiro"".
A referência ao Rio foi criticada
pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer. "Foi
um comentário pouco apropriado", disse. "O problema da violência é de escala mundial e não
pode ser individualizado", disse.
Chirac têm menos de um mês
para mostrar aos franceses que
está disposto a cumprir suas promessas de campanha, buscando
assim assegurar votos para o centro-direita nas próximas eleições
legislativas, em junho.
Se a esquerda ganhar as eleições, o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin (centro-direita),
que assumiu na segunda-feira, terá de deixar o governo, e Chirac
deverá nomear um primeiro-ministro de esquerda, restabelecendo uma nova coabitação política
entre partidos divergentes na cúpula do poder francês. Caso isso
ocorra, o nome mais provável da
esquerda para assumir o cargo é o
do secretário-geral do Partido Socialista, François Hollande.
Com agências internacionais
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