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Primeiro-ministro Ramos Horta é eleito presidente de Timor Leste
Com 90% dos votos apurados, 73% são do candidato, prêmio Nobel da Paz
DA REDAÇÃO
O prêmio Nobel da Paz e
atual primeiro-ministro José
Ramos Horta lidera a apuração
da eleição presidencial em Timor Leste, contabilizando 73%
dos votos dos 90% que haviam
sido apurados até ontem, de
acordo com a Comissão Nacional Eleitoral. Embora o resultado oficial ainda não tenha sido
proclamado, o número elevado
de votos confere a Presidência
de Timor Leste a Ramos Horta.
"Serão cinco anos de trabalho duro", declarou. "Farei todo
o possível para não trair aqueles que votaram em mim e não
perder a sua confiança." Apesar
da vitória de Ramos Horta, seu
concorrente, Francisco Guterres, da Frente Revolucionária
de Timor Oriental Independente (Fretilin), não havia reconhecido a derrota até a noite
de ontem.
Ao contrário do primeiro
turno, quando houve acusações
de manipulação e intimidação,
o segundo turno das eleições
transcorreu sem incidentes.
Cerca de 4.000 policiais timorenses e das forças da ONU,
além de mil militares de uma
força internacional, trabalharam no pleito. Dezenas de observadores estrangeiros controlaram a votação e supervisionam a apuração.
"A democracia de Timor Leste está amadurecendo", congratulou o chefe da missão da
ONU em Timor Leste, Atul
Khare. "Isso traz esperanças
para o futuro."
O território timorense foi
anexado pela Indonésia em
1975, logo depois da independência de Portugal, conquistada naquele ano. O período da
ocupação indonésia foi marcado pela resistência da população local e por uma repressão
severa, que deixou mais de 100
mil mortos. A Indonésia se retirou em 1999, quando a população escolheu a independência
em plebiscito financiado pela
ONU. Timor Leste só se tornou
oficialmente um país em 2002.
Com uma das populações
mais pobres da Ásia, infra-estrutura precária e secas constantes, Timor Leste tem, no entanto, um grande potencial de
recursos naturais - gás e petróleo - ainda não explorados.
Poliglota
Aos 57 anos, Ramos Horta
obteve destaque internacional
quando foi porta-voz do movimento de independência timorense na ONU. É fluente em
cinco idiomas. Em 1996, dividiu o Prêmio Nobel da Paz com
o bispo Carlos Belo, por ter liderado uma luta não-violenta
contra a ocupação indonésia.
Com agências internacionais
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