São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

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Primeiro-ministro Ramos Horta é eleito presidente de Timor Leste

Com 90% dos votos apurados, 73% são do candidato, prêmio Nobel da Paz

DA REDAÇÃO

O prêmio Nobel da Paz e atual primeiro-ministro José Ramos Horta lidera a apuração da eleição presidencial em Timor Leste, contabilizando 73% dos votos dos 90% que haviam sido apurados até ontem, de acordo com a Comissão Nacional Eleitoral. Embora o resultado oficial ainda não tenha sido proclamado, o número elevado de votos confere a Presidência de Timor Leste a Ramos Horta.
"Serão cinco anos de trabalho duro", declarou. "Farei todo o possível para não trair aqueles que votaram em mim e não perder a sua confiança." Apesar da vitória de Ramos Horta, seu concorrente, Francisco Guterres, da Frente Revolucionária de Timor Oriental Independente (Fretilin), não havia reconhecido a derrota até a noite de ontem.
Ao contrário do primeiro turno, quando houve acusações de manipulação e intimidação, o segundo turno das eleições transcorreu sem incidentes. Cerca de 4.000 policiais timorenses e das forças da ONU, além de mil militares de uma força internacional, trabalharam no pleito. Dezenas de observadores estrangeiros controlaram a votação e supervisionam a apuração.
"A democracia de Timor Leste está amadurecendo", congratulou o chefe da missão da ONU em Timor Leste, Atul Khare. "Isso traz esperanças para o futuro."
O território timorense foi anexado pela Indonésia em 1975, logo depois da independência de Portugal, conquistada naquele ano. O período da ocupação indonésia foi marcado pela resistência da população local e por uma repressão severa, que deixou mais de 100 mil mortos. A Indonésia se retirou em 1999, quando a população escolheu a independência em plebiscito financiado pela ONU. Timor Leste só se tornou oficialmente um país em 2002.
Com uma das populações mais pobres da Ásia, infra-estrutura precária e secas constantes, Timor Leste tem, no entanto, um grande potencial de recursos naturais - gás e petróleo - ainda não explorados.

Poliglota
Aos 57 anos, Ramos Horta obteve destaque internacional quando foi porta-voz do movimento de independência timorense na ONU. É fluente em cinco idiomas. Em 1996, dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o bispo Carlos Belo, por ter liderado uma luta não-violenta contra a ocupação indonésia.


Com agências internacionais


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