São Paulo, quarta, 11 de junho de 1997.



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TENSÃO NA ÁFRICA
Combates entre Exército e milicianos recomeçaram e aparentemente nenhum grupo controla Brazzaville
Fracassa cessar-fogo na capital do Congo

das agências internacionais

Recomeçaram ontem os combates em Brazzaville, capital da República Popular do Congo, depois de uma trégua de algumas horas e apesar de um cessar-fogo "em princípio" ter sido anunciado na noite anterior.
Foi o sexto dia consecutivo de combates na cidade.
Segundo a BBC de Londres, as ruas de Brazzaville estão sendo vigiadas por civis armados com fuzis. A informação é de um correspondente da rádio e TV britânica, que deu uma volta pela cidade junto com militares franceses.
O jornalista disse que, aparentemente, ninguém controlava Brazzaville e que o os soldados do Exército regular fugiam ao encontrar os milicianos do líder oposicionista Denis Sassu Nguesso.
Os confrontos entre as tropas do presidente Pascal Lissouba e os milicianos ("cobras") de Sassu Nguesso recomeçaram à tarde, perto do aeroporto, onde militares franceses continuavam a retirada de estrangeiros do país.
Durante a manhã houve relativa calma na cidade, depois de combates com artilharia pesada à noite.
Segundo residentes de Brazzaville contatados por telefone, houve saques -inclusive de um supermercado próximo à embaixada dos EUA- e há muitos corpos pelas ruas de Brazzaville.
Estrangeiros
Ao meio-dia de ontem militares franceses reiniciaram a retirada de estrangeiros de Brazzaville, apesar dos combates com armas automáticas.
Segundo o comandante das tropas francesas em Brazzaville, Alexis Jaraud, os disparos chegaram a apenas 50 metros das posições francesas no aeroporto.
Desde anteontem, cerca de 700 estrangeiros -na maioria franceses- foram levados por aviões militares da França para a capital do vizinho Gabão, Libreville.
Mais de mil cidadãos franceses podem ainda estar na cidade, à espera de serem retirados.
O Departamento de Estado norte-americano anunciou que enviou uma pequena equipe a Brazzaville, para avaliar a situação. Segundo o porta-voz do Pentágono (Ministério da Defesa), soldados e estrategistas já chegaram à cidade para preparar a retirada de norte-americanos, se necessário.
O Ministério da Defesa da França corrigiu ontem dados divulgados no dia anterior sobre as suas forças no Congo. Foi um erro, disse um porta-voz do ministério.
Os reforços enviados a Brazzaville nos últimos dias são 400 soldados, e não 800 como foi divulgado. O total das forças francesas na cidade é agora 850.
Anteontem à noite, o presidente francês Jacques Chirac havia conseguido com que Lissouba e Sassu Nguesso concordassem "em princípio" com um cessar-fogo.



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