São Paulo, quarta, 11 de junho de 1997.



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50 mil vão às ruas de Paris por empregos

das agências internacionais

Cerca de 50 mil pessoas foram às ruas de Paris ontem protestar contra o desemprego e pressionar o recém-empossado governo socialista para que cumpra suas promessas de campanha.
Lionel Jospin, o novo primeiro-ministro, disse que daria prioridade para solucionar a questão do desemprego, que atinge uma taxa recorde no país, de 12,8%.
Os protestos de ontem, os primeiros desde a posse dos socialistas, foram liderados por sindicalistas, sob a bandeira "Europa pelo emprego".
Os sindicatos querem que os líderes da União Européia, em uma reunião prevista para se realizar nos próximos dias 16 e 17, se concentrem na adoção de medidas para criar uma "Europa social", com enfoque na criação de empregos em vez de medidas para a contenção de gastos.
Os países europeus, em busca de atingir os critério para a adoção do euro, vêm adotando políticas fiscais austeras, de caráter recessivo -geradoras de desemprego.
Também participaram dos protestos trabalhadores vindos da Espanha e Itália, países que apresentam altas taxas de desemprego.
Imigrantes
Entre as promessas de campanha, além do combate ao desemprego, Jospin incluiu a redução da pressão antiimigrantista sustentada pelo governo do presidente Jacques Chirac, de direita.
Ontem, o premiê apontou um mediador, Jean-Michel Galabert, para analisar casos de imigrantes ilegais candidatos à regularização.
O governo prometeu que todos aqueles que preencherem um dos seis requisitos estabelecidos pelo Conselho Nacional Consultivo de Direitos Humanos terão sua situação no país regularizada.
Entre os beneficiados pela medida estão aqueles com filho nascido na França, mulheres de imigrantes com situação regular e estudantes.
A postura marca uma reviravolta no enfoque dado ao problema. No governo anterior, do premiê de direita Alain Juppé, foi aprovada a Lei Debré, de perfil marcadamente xenófobo. A aprovação gerou protestos de imigrantes, artistas e ativistas de esquerda.



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