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MULTIMÍDIA
The Independent
- de Londres
Nasa vende espaço em estação espacial
CHARLES ARTHUR
O espaço é a fronteira final
-pelo menos para a publicidade.
A Nasa (agência espacial norte-americana) pretende tentar cobrir parte dos custos da Estação
Espacial Internacional vendendo
acesso publicitário a ela e, possivelmente, até mesmo espaço publicitário em seu interior.
Os interessados poderão enviar
mensagens por e-mail aos astronautas e, talvez, até mesmo conversar diretamente com eles
-ainda que haja sempre o risco
de que eles estejam ocupados demais montando a estação, que vai
custar US$ 60 bilhões.
O plano foi anunciado por Daniel Tam, assistente do administrador de comercialização da Nasa. "Algumas pessoas podem argumentar que ver imagens do espaço oferecidas pela Nasa não é
grande novidade", disse Tam à
Associação Internacional de Publicidade, em Londres.
"Afinal, milhões de pessoas assistiram à imagem granulosa de
Neil Armstrong dando o primeiro
passeio de um ser humano na
Lua, em 1969", afirmou ele.
Mas, com as imagens do espaço
sendo transmitidas pela tecnologia de alta definição em vídeo,
"elas serão tão nítidas como se você estivesse lá, ao lado dos astronautas e cosmonautas em sua
permanência e trabalho no espaço. É bem possível que possamos
falar com eles ao vivo, enquanto
eles realizam suas tarefas diárias".
Em busca de receita
Ainda não se sabe como os astronautas vão reagir se houver
uma pessoa ou 1 milhão de pessoas lhes pedindo, por meio de
seus fones de ouvido, para acenar
quando a estação espacial passar
sobre suas casas.
Mas Tam insiste: "Você com
certeza vai poder enviar e-mails
para eles e receber suas respostas
em pouco tempo". A novidade foi
imposta à Nasa pela redução de
seu orçamento promovida pelo
governo norte-americano nos últimos oito anos.
Após a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986, o programa espacial ficou em xeque e
passou a sofrer forte pressão, entre outros motivos, por seus altos
custos.
A partir de 1993, a Nasa registrou vários reveses, como o fracasso de três sondas enviadas a
Marte. No ano passado, todo o
programa destinado ao Planeta
Vermelho foi um fiasco de cerca
de US$ 350 milhões.
A Estação Espacial Internacional consome perto de metade do
orçamento anual da Nasa, de US$
13 bilhões.
Devido à limitação de gastos e a
seguidos atrasos em seu cronograma, a estrutura sofreu diversas
críticas dos astronautas -um deles chegou a passar mal por não
conseguir respirar o ar da estação,
considerado de má qualidade.
Chegou a hora, portanto, de a
estação começar a se sustentar sozinha. Segundo Tam, "no processo de verdadeiramente abrir a
fronteira espacial a todos, os
anunciantes ajudarão a criar um
mundo melhor para todos nós".
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