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EUROPA
Premiê Jean-Pierre Raffarin apresenta projeto da Previdência em meio a mais uma onda de protestos por todo o país
França pára; reforma chega à Câmara
DA REDAÇÃO
Em meio a mais um dia de protestos e greves que paralisaram
parcialmente a França, o premiê
Jean-Pierre Raffarin foi ontem à
Assembléia Nacional (Câmara
dos Deputados) apresentar o projeto de lei sobre a reforma da Previdência, que, entre outras medidas, aumenta o tempo de contribuição dos funcionários públicos.
Dezenas de milhares de manifestantes marcharam em Paris e
em outras cidades francesas, provocando a paralisação do transporte público pelo país e imensos
engarrafamentos. Foi a terceira
greve nacional em um mês.
Os sindicatos se opõem a propostas que prevêem que os trabalhadores contribuam durante
mais tempo para compensar a
aposentadoria em massa da geração "baby boom", nascida logo
após o fim da Segunda Guerra
Mundial (1939-45).
O governo, no entanto, tem argumentado que a reforma é inadiável. "Com as mudanças demográficas, há cada vez menos pessoas contribuindo para a Previdência e cada vez mais pessoas tirando dinheiro do sistema. É uma
reforma necessária, todos sabem
disso", disse Raffarin ontem à Câmara dos Deputados.
Batalha de hinos
"Para aqueles que estão com
medo, eu digo que a nossa reforma é uma reforma de segurança
nacional", disse Raffarin. O discurso fez com que os deputados
que apóiam a reforma se levantassem. Alguns entoaram a "Marselhesa", o hino nacional francês. Já
a oposição, que é minoria, permaneceu sentada; alguns cantaram a
"Internacional Socialista". O governo espera aprovar o projeto de
lei dentro de duas semanas.
Raffarin propõe que os funcionários públicos aumentem o tempo de contribuição à Previdência
de 37,5 anos para 40 anos, igualando o tempo de contribuição
com o do setor privado.
A greve de ontem contou com a
adesão de funcionários dos correios, de empresas de telecomunicação, de hospitais, bancários,
portuários e policiais, além de cerca de 20% dos professores.
Houve protestos em Paris, Marselha, Rouen e Nantes. Na capital,
houve choques entre polícia e manifestantes na frente da Câmara e
cerca de 60 pessoas foram presas
após interromper um concerto na
Ópera de Paris.
A companhia estatal das ferrovias informou que a greve paralisou cerca de 33% dos trens. Houve cerca de 300 quilômetros de
engarrafamento em Paris.
As manifestações representam
uma séria ameaça para o centro-direitista Raffarin. Em 1995, greves maciças abortaram a última
tentativa feita por um governo
conservador de mexer na Previdência e acabaram levando à sua
saída do poder, dois anos depois.
Com agências internacionais
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