São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2007

Próximo Texto | Índice

Partido de Sarkozy leva 1º turno das eleições na França

UMP teve 39,54% e, socialistas, 24,73%; abstenção é recorde; 2º turno é domingo

Presidente eleito em maio deverá ter ampla maioria na Assembléia Nacional para implementar reformas política e trabalhista

DA REDAÇÃO

O partido de centro-direita União por um Movimento Popular (UMP), do presidente Nicolas Sarkozy, foi o grande vencedor do primeiro turno das eleições legislativas francesas, realizado ontem.
Concluída a apuração, a UMP ficou com 39,54% dos votos. Já os socialistas -da candidata derrotada à Presidência, Ségolène Royal- chegaram a 24,73% dos votos.
Do total de 577 assentos que compõem a Assembléia Nacional, apenas 105 foram preenchidos no primeiro turno (candidatos que obtiveram mais de 50% dos votos em seus respectivos distritos eleitorais). Desses, 93 são da UMP e apenas um é do Partido Socialista. Os assentos restantes serão definidos no segundo turno, que acontece no próximo domingo.
Em um universo de 45.472.198 eleitores, a abstenção de 39,56% foi um recorde para um primeiro turno de eleições legislativas desde o estabelecimento da Quinta República, em 1958.
O Movimento Democrático (MD, centro), recém-criado pelo candidato derrotado à Presidência François Bayrou, obteve 7,61%. A Frente Nacional (extrema direita) obteve 4,29% e, os comunistas, 4,29%.
Ao fim do segundo turno, segundo o instituto de pesquisas de opinião CSA, o bloco de Sarkozy deverá ficar com entre 440 e 470 lugares dos 577 assentos da Assembléia Nacional. A esquerda deve ficar com 60 a 90 dos assentos. Já para o instituto Ipsos, a UMP e aliados devem ficar com 383 a 447 cadeiras, enquanto os socialistas deve conseguir entre 120 e 170.
Na atual composição da Assembléia, a UMP tem 359 assentos e, os socialistas, 149.

"Estado Sarkô"
O controle da Assembléia Nacional é vital para Sarkozy implementar seu programa de governo, que inclui corte de impostos, reformas trabalhistas e outras medidas para aumentar o crescimento do país.
Críticos alertam para o perigo de se criar um "Estado Sarkô" na França, em caso de ampla maioria da UMP na Assembléia Nacional. Já os partidários do atual presidente rebatem afirmando que esse é o único meio de conduzir a França às reformas de que necessita.
Parte da derrota socialista pode ser atribuída à alta abstenção, sobretudo em redutos do partido. Segundo analistas da imprensa francesa, será um desastre para os socialistas se eles obtiverem menos de cem assentos. O resultado das eleições mostra que os socialistas perderam contato com as classes populares, dizem os analistas. Segundo uma pesquisa recente, metade dos franceses avalia que eles "não se adaptaram às transformações do mundo". A vitória dos conservadores mais marcante ocorreu em 1968, quando, em resposta às barricadas e greves, elegeram 71% dos deputados.


Com agências internacionais e "Le Monde"


Próximo Texto: Premiê francês promete ouvir "toda a sociedade"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.